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AGENDA,
IMPRENSA & PODER
Ano XVII - Nº 4379
Brasília, DF - Segunda-feira, 24 de janeiro de 2021
  O GLOBO - Centrão tem mais recursos do que Educação e Defesa  
  VALOR - Estrangeiros reduzem apostas contra o real  
  FOLHA - População de rua cresce 31% em SP durante pandemia  
  ESTADÃO - Maioria dos que renegociaram dívidas volta a atrasar contas  
  CORREIO - Telegram abriga venda de armas, drogas e notas falsas  
  ZERO HORA - Pedidos de seguro-desemprego no RS recuaram 17,5% no ano passado  
 
ECONOMIA
 
 

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2022, mas o Palácio do Planalto não confirmou hoje o tamanho dos vetos e as despesas cortadas no ato da sanção. A decisão será publicada amanhã no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, o presidente decidiu vetar parte dos gastos aprovados no Orçamento para ajustar as verbas destinadas a despesas de pessoal e encargos sociais, sem especificar o valor. Com isso, o governo precisará pedir ao Congresso um acréscimo nessas despesas ao longo do ano. A suplementação depende de aprovação dos parlamentares (Estadão – p. B6).

Aconselhado por ministros do núcleo político e por integrantes da equipe econômica, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve manter no Orçamento de 2022 a previsão de destinar R$ 1,7 bilhão para que sejam concedidos reajustes aos servidores públicos federais. A expectativa, porém, é que o tema não seja enfrentado imediatamente pelo chefe do Poder Executivo e que fique na “geladeira” até que se consiga chegar a uma composição que contemple tanto profissionais ligados à segurança pública como servidores de outras carreiras (Valor).

Com a percepção de piora nas contas públicas e sucessivas mudanças de regras fiscais, o Tribunal de Contas da União (TCU) vai aprofundar este ano trabalhos de auditoria financeira nos números do Tesouro Nacional. A Corte vai produzir relatórios específicos em relação a empréstimos da União a Estados e municípios, além de um trabalho de auditoria exclusiva nos números da dívida pública federal. Técnicos e ministros do TCU avaliam que o órgão deve aprofundar a análise nos empréstimos aos governos regionais, tendo em vista que a União tem, no total, R$ 650 bilhões a receber de Estados e municípios. Mais da metade desse valor já é considerado perda provável, segundo estimativas do próprio governo (Estadão – p. B8).

O aperto no bolso do consumidor, por causa da inflação de dois dígitos, da queda na renda, do desemprego ainda elevado e da redução do auxílio emergencial, levou um contingente maior de brasileiros que tinha conseguido sair da lista do calote em 2020 a voltar à inadimplência em 2021. No ano passado, 64,3% dos inadimplentes que renegociaram dívidas em 2020 deixaram de pagar os compromissos em dia, ao menos uma vez, e ficaram novamente inadimplentes, revela uma pesquisa nacional da Boa Vista, empresa especializada em análise de crédito (ESTADÃO – p. B1)

Depois de anos mantendo estoques baixos de matérias-primas, empresas voltaram a ter insumos parados em armazéns. Sem as garantias de preço e prazo do pré-pandemia, os negócios voltaram a estocar peças para evitar o risco de um pedido não ser atendido por falta de material para produzir. Quase dois anos depois do início da crise que desorganizou as cadeiras de abastecimento, dificuldades com insumos ainda assombram as empresas. Em dezembro, 83% das micro e pequenas indústrias de São Paulo ainda relatavam alta de preços em matérias-primas, segundo pesquisa Datafolha para o Simpi (sindicato do setor). Para 51%, ainda havia falta de produto nos fornecedores (Folha).

A economia chinesa cresceu 8,1% no ano passado, no que foi a maior alta desde 2011, quando avançou 9,6%. O desempenho, no entanto, pode não ser tão positivo quanto o número sugere e coloca o mercado em dúvida em relação ao futuro da segunda maior potência global. O resultado tem relação com a base de comparação. Em 2020, quando adotou uma quarentena rígida para conter a covid-19, a China avançou apenas 2,2%, número mais baixo para o país desde 1977, e o Produto Interno Bruto (PIB) também perdeu vigor durante o ano. No último trimestre, a alta foi de 4% na comparação com o mesmo período de 2020. No primeiro, no segundo e no terceiro trimestres, o incremento havia sido de 18,3%, 7,9% e 4,9%, respectivamente (Estadão – p. B5).

Investidores estrangeiros têm reduzido apostas contra o real no mercado de câmbio. Dados de operações realizadas na B3 até quinta-feira mostram que a posição comprada de estrangeiros, isto é, os contratos em que o investidor lucra com a alta do dólar, encolheu US$ 7,6 bilhões nas últimas duas semanas, para US$ 19,7 bilhões. Este é o menor montante desde 31 de outubro, quando o dólar estava cotado a R$ 5,1697 (Valor).

Responsáveis por 20% da capacidade de geração hidrelétrica no país, as usinas Belo Monte e Tucuruí, no Pará, e Sobradinho, na Bahia, literalmente jogam água fora por não ter como escoar toda a energia que podem produzir. Enquanto isso, o país paga mais caro pela energia de termelétricas que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mantém acionadas, com as chuvas recentes que recuperaram parte dos reservatórios de hidrelétricas. Uma delas é a termelétrica Porto Sergipe, que tira espaço das hidrelétricas nas linhas de transmissão que ligam os sistemas do Norte e do Nordeste ao centro-sul do país. Ela custa R$ 12,6 milhões por dia, R$ 378 milhões por mês (O Globo – p. 11).

 
 
POLÍTICA
 
 

Na reta final do mandato do presidente Jair Bolsonaro, o Centrão conquistou sua influência mais decisiva sobre os cofres públicos. Um levantamento feito pelo GLOBO aponta que os três principais partidos do bloco — PP, PL e Republicanos, esteios da campanha de reeleição de Bolsonaro — comandam ao menos 32 postos-chave na administração federal e têm sob gestão mais de R$ 149,6 bilhões. Além disso, deputados e senadores dessas legendas foram beneficiados com ao menos R$ 901 milhões do orçamento secreto, mecanismo de distribuição de verba parlamentar de forma desigual e sem transparência (p. 4).

No ano em que consolidou a entrada do Centrão no governo, entregando a Casa Civil a um representante do grupo, o presidente Jair Bolsonaro pagou um volume recorde de emendas parlamentares. Foram R$ 25,1 bilhões que saíram dos cofres públicos em 2021 para serem aplicados em redutos eleitorais de deputados e senadores. Mesmo com a correção da inflação, o número representa um aumento de R$ 1,4 bilhão em relação ao ano anterior (Estadão – p. A6).

O ex-juiz Sérgio Moro, pré-candidato à Presidência pelo Podemos, avalia que as intenções de "golpe" do presidente Jair Bolsonaro prejudicam a economia brasileira e afugentam investidores estrangeiros do País. "Muita gente atribui essa escalada gigante do dólar no ano passado e por consequência a elevação da inflação do preço dos alimentos e combustíveis a esse destempero verbal do presidente", diz. Moro também não economiza críticas a Lula e ao PT. Segundo ele, ao não reconhecer seus erros passados em investigações sobre corrupção e também na condução da economia, o ex-presidente "está fadado a repeti-los". "Sou muito diferente de Bolsonaro e de Lula. Absolutamente incompatível", afirma o ex-juiz, prometendo "arrebentar a polarização" (Estadão – p. A7).

Considerado um dos estados-chave na eleição presidencial de outubro, Minas Gerais começa 2022 ainda como uma incógnita em relação aos palanques para os atuais líderes na intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Um dos principais motivos é a indefinição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é largamente apontado como candidato ao Palácio do Planalto, mas ainda não dá indicações de quando pretende colocar seu bloco na rua —a ponto de alguns no mundo político considerarem que seu momento já passou (Folha).

Enquanto Flávio e Carlos já ocupam espaço de destaque nos esforços para a reeleição do pai, o presidente Jair Bolsonaro, Eduardo está afastado das estratégias para reconduzir o mandatário ao Palácio do Planalto e ainda não recebeu qualquer atribuição dentro do comitê de campanha. Segundo aliados do presidente, o motivo para isso não é à toa: o deputado federal é visto como o mais radical dos irmãos e pode inflamar Bolsonaro durante as eleições (O Globo – p. 5).

Discussões internas no PT a respeito da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm gerado divisões e desgaste na sigla, que ainda precisa definir questões como alianças e federação partidária, palanques estaduais e o papel de figuras como a da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido). Num cenário em que Lula lidera as pesquisas de intenção de voto (marcou 48% ante 22% de Jair Bolsonaro, do PL, no último Datafolha, divulgado em dezembro), petistas minimizam as polêmicas e afirmam que dissidentes terão que se enquadrar conforme as decisões do ex-presidente (Folha).

O PTB recuou da possibilidade de filiar e lançar o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para concorrer ao governo paulista, em meio a divergências dentro da base bolsonarista em São Paulo. O partido tenta fazer uma composição com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (sem partido), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar no Estado, e quer atrair “puxadores de votos” bolsonaristas para a legenda, para ampliar as bancadas estadual e federal (Valor).

O presidente do diretório estadual do PTB de São Paulo, Otávio Fakhoury, disse que Weintraub não deve se filiar ao partido. “Não existe o compromisso dele [Weintraub] se candidatar pelo PTB”, afirmou Fakhoury. “[Weintraub] está próximo de outro partido, não do PTB. Ele está com os pés em outro partido, menor”, disse. O ex-ministro foi convidado pelo PMN para ser candidato ao governo (Valor).

O provável embate nas urnas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) tem colocado a reforma do Poder Judiciário no centro do debate eleitoral. Apesar de a eleição ser apenas em outubro, o tema tem aparecido nesta fase de pré-campanha. Moro, por exemplo, já anunciou que criou um grupo para discutir o tema e tornar a Justiça “mais eficiente”. Esse é um assunto que também está no radar do PT, apesar de as discussões estarem em uma fase mais preliminar (Valor).

Com base em entendimentos do STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa da empresa Alvarez & Marsal tem emperrado tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de obter, oficialmente, informações sobre os rendimentos de Sergio Moro durante o período em que esteve contratado pela consultoria. O ex-juiz da Lava Jato assinou contrato para trabalhar como consultor do braço investigativo da Alvarez & Marsal em novembro de 2020, sete meses após deixar o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro. Esse contrato foi encerrado em outubro de 2021, antes de ele se filiar ao Podemos com a intenção de se candidatar à Presidência da República (Folha).

Ex-presidente do PSDB por duas vezes e uma das figuras mais importantes da história do partido, o senador Tasso Jereissati defendeu, em entrevista exclusiva ao Valor, que a senadora Simone Tebet, do MDB, é o nome da terceira via com melhores condições de desbancar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vencer a eleição presidencial deste ano - e não João Doria, governador de São Paulo e seu companheiro de sigla. Tasso diz que a avaliação é “técnica”, feita a partir de análises de pesquisas e conversas que tem mantido com especialistas e integrantes do mundo político, entre eles o ex-presidente Michel Temer.

 
 
Agenda

– O presidente Jair Bolsonaro participa do Lançamento do Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário.

 
 
Vale a pena ler

O céu é o limite para a conta de luz” – Editorial do Estadão

 
 
 
 
 
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