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A bancada do PT no Senado decidiu apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência da Casa, na eleição que será disputada no início do próximo mês. Pacheco é o candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O presidente da República, Jair Bolsonaro também já explicitou seu apoio ao senador mineiro. O anúncio da posição petista aconteceu ontem à tarde, após reunião virtual da bancada. Em nota, o partido afirma que a decisão se deu por unanimidade. Apesar de declarar apoio ao candidato do presidente Jair Bolsonaro, o texto sugere certo antagonismo, ao defender em diversos pontos que a posição foi tomada para barrar a agenda de "retrocessos" do atual governo (Folha).
Os possíveis candidatos do MDB, Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO), por serem líderes do governo, perderam força após presidente mencionar o apoio a Pacheco. Ambos devem se retirar da corrida nesta semana. Outro golpe seguido veio com a decisão petista, que afeta diretamente Eduardo Braga (AM), o único pré-candidato do partido com aceitação na bancada do PT. O senador, líder do MDB afirmou, não entender o fato de os petistas fecharem aliança com o candidato apoiado por Bolsonaro. “Eu tive uma conversa com a bancada do PT na sexta-feira, na qual pedi para que tivéssemos a oportunidade de apresentar nosso candidato. Mas eles preferiram tomar essa decisão”, afirmou Braga (Folha).
O MDB vai antecipar a escolha de seu candidato, que estava prevista inicialmente para sexta-feira. A bancada se reúne inicialmente hoje, para a cerimônia de filiação dos senadores Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Rose de Freitas (ES), que retorna ao MDB. Há chances de que a decisão do partido possa ser anunciada no mesmo dia. Além de fortalecer a candidatura de Rodrigo Pacheco, a decisão tomada pelo PT também tende a abrir caminho para a indicação de Simone Tebet (MS). A senadora é considerada independente e conta com o apoio do movimento suprapartidário Muda Senado — que tem 18 integrantes. O MDB, no entanto, terá problemas internos para resolver (Folha).
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que "o campo nunca teve um tratamento tão justo e honesto como tem comigo" e cobrou que, por isso, os integrantes da bancada ruralista apoiem o deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara. No domingo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou publicamente apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), adversário do candidato apoiado pelo Palácio do Planalto. "Democracia com compromisso de entrega: anuncio desde já que votarei no deputado Baleia Rossi”. O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá o comando da bancada no fim do mês, também já declarou apoio a Baleia (Folha).
Governadores já se mobilizam contra dois projetos de lei orgânica das polícias civil e militar que restringem o poder político dos estados sobre as tropas armadas e os bombeiros em todo o país. Parte dos chefes dos Executivos estaduais apontou inconstitucionalidade e interferência do Palácio do Planalto nas polícias, uma das bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro. A reação mais forte partiu do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acusou Bolsonaro de querer “intimidar governadores através de força policial militar” (Estadão – p.A4).
Candidato apoiado por Jair Bolsonaro à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) afirmou que poderá pôr em votação projetos que retiram poder de governadores sobre as polícias civil e militar, caso haja maioria ou pedido de urgência. Adversário de Lira na disputa, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) disse ver a discussão como “inoportuna”. “Eu não vou engavetar projeto nem pautar projeto que ache correto. Qualquer pauta com maioria no colégio de líderes, pedido de urgência aprovado, vai ser pautado e o plenário resolve”, afirmou Lira (Estadão – p.A4).
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está extrapolando nas críticas ao governo. O general caracterizou como uma “briga de rua” as rusgas entre o comandante da Casa e o presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho apreço pelo deputado Rodrigo Maia, pela trajetória política dele, mas, nitidamente, ele está perdendo a mão. Parece que esse final de período dele aí, de cinco anos como presidente da Câmara, está mexendo com a cabeça ele, em consequência das declarações que são totalmente fora de propósito, que não contribuem e não constroem nada em temos de política no nosso país” (Correio – p. 4).
Especialistas em segurança pública consultados criticaram os dois projetos de lei que buscam dar autonomia às polícias civil e militar e são defendidos por aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. Tanto o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, quanto o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, e a cientista política Ilona Szabó, presidente do Instituto Igarapé, consideram que as propostas, se aprovadas, representariam uma “blindagem” das corporações, com graves consequências políticas, institucionais, fiscais e para as eleições presidenciais em 2022 (Valor).
O novo procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, que tomará posse na sexta-feira como chefe do Ministério Público do Rio (MP-RJ), decidiu que cuidará diretamente do caso da rachadinha no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro na Alerj. A decisão marca diferença em relação a seu antecessor, Eduardo Gussem, que delegava investigações como essa para promotores e procuradores de órgãos auxiliares no MP-RJ. Relator da denúncia, o desembargador Milton Fernandes disse a autoridades do Judiciário que não está convencido de que o caso é da atribuição do Órgão Especial, razão pela qual pretende suscitar a competência antes de submeter ao colegiado a denúncia oferecida pelo MP-RJ (O Globo – p.7).
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu o adiamento para a próxima terça-feira, da reunião virtual que teria hoje com governadores, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal. O objetivo do encontro é selar a data para a vacinação contra a covid-19 no Brasil. Pelo menos essa é a expectativa da classe política, que cobrará uma resposta definitiva do ministro por entender que o país já está muito atrasado e pode sofrer ainda mais, caso o governo federal não apresente logo um cronograma de aplicação das doses, a ser seguido em todo território nacional (Correio – p. 2)
Em uma ação protocolada no Supremo Tribunal Federal, a Rede Sustentabilidade pediu, ontem, que a Corte fixe o prazo de 72 horas para que a Anvisa aprove o uso emergencial da CoronaVac. O imunizante está sendo desenvolvido pelo Butantan e pela chinesa Sinovac (Correio – p. 2). Sem dar data ou horário da vacinação, o ministro disse ontem apenas que a campanha de imunização começará “no dia D, na hora H”, durante visita a Manaus (Correio – p. 5).
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