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AGENDA,
IMPRENSA & PODER
Ano XV - Nº 4130
Brasília, DF - Terça-feira, 12 de janeiro de 2021
  O GLOBO - Ford sai do país culpando mau ambiente econômico  
  VALOR - Ford fecha no Brasil e Bahia já busca montadora chinesa  
  FOLHA - Ford fechará suas fábricas no Brasil  
  ESTADÃO - Após um século, Ford encerra produção de veículos no País  
  CORREIO - Cresce a pressão pelo início da vacinação  
  ZERO HORA - Ford fecha três fábricas e deixa de produzir carros no Brasil  
 
ECONOMIA
 
 

A Ford anunciou que vai encerrar todas as atividades fabris no Brasil neste ano. A empresa começou o ano de 2020 com 8.000 funcionários no Brasil. De lá para cá, a companhia foi realizando desligamentos. Hoje, conta com 6.171 contratados. A Ford anunciou que serão demitidos 5.000 trabalhadores no Brasil e na Argentina, sem dar detalhes. O grupo remanescente no mercado brasileiro vai manter algumas operações locais. A sede da montadora na América do Sul continuará sendo no Brasil, e o campo de provas de Tatuí, bem como o centro de desenvolvimento da Bahia continuam operando (Folha).

De acordo com a consultoria Bright, especializada no setor automotivo, 84,9% dos 138 mil carros vendidos pela Ford no Brasil em 2020 foram produzidos no país. A montadora fechou o ano passado com 7,1% de participação no mercado, índice que vinha em queda nos últimos anos. Ficou no quinto lugar em vendas de carros de passeio e veículos comerciais leves, atrás de General Motors (17,35%), Volkswagen (16,8%), Fiat (16,5%) e Hyundai (8,6%). Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021 (Folha).

O Ministério da Economia lamentou ontem a decisão “global e estratégica da Ford” de encerrar a produção no Brasil e disse que ela destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país. O ministério aproveitou para reforçar que é preciso rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e das reformas estruturais. O assunto causou repercussão, mas não pegou o ministério de surpresa. Uma fonte observou que a decisão já vinha sendo ensaiada desde 2018, mas a empresa foi convencida pelo governo a ficar. Mas, com a eclosão da pandemia o quadro agravou-se (Valor).

O BNDES afirmou que vai pedir explicações à Ford sobre sua decisão de fechar suas fábricas e encerrar a produção de veículos no Brasil, o que deve levar à demissão de cerca de 5 mil trabalhadores. Somente as 20 maiores operações do BNDES com a Ford somaram cerca de R$ 3,5 bilhões em linhas de financiamento desde 2002. Os projetos tinham foco em exportação, desenvolvimento de veículo e apoio a projetos sociais na comunidade. Segundo o BNDES, entre as operações diretas, ainda há duas ativas. Por isso, o banco já procurou a empresa para pedir esclarecimentos. Há um contratado de R$ 335 milhões para desenvolvimento de novos veículos e de projetos sociais (O Globo – p.15).

Fabricantes de veículos automotores e produtos de metal registraram uma ociosidade média do parque fabril superior a 30% nos últimos quatro meses, segundo dados desagregados da Sondagem da Indústria do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV). A recuperação tem sido impulsionada pelo auxílio emergencial, exportações e mudança no padrão de consumo das famílias durante a pandemia, mas ainda é heterogênea. Alguns setores operam consideravelmente aquém da sua capacidade de produção.  Dos 16 principais subsetores pesquisados, apenas sete já superaram a média histórica de uso da capacidade instalada (Estadão – p.B4).

O Banco do Brasil aprovou um conjunto de medidas que diminuem sua estrutura organizacional com fechamento de pontos de atendimento e programas de demissão voluntária. Serão encerradas 361 unidades, sendo 112 agências. As medidas foram anunciadas ontem ao mercado. O banco estima que a economia anual com as medidas alcance R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025. A discussão sobre um enxugamento da estrutura do BB existia desde meados do ano passado, mas ganhou força e profundidade com a chegada de André Brandão, presidente do banco que tomou posse em setembro de 2020 (Folha).

A necessidade de conciliar a criação de uma alternativa após o fim do auxílio emergencial e o teto de gastos voltou ontem ao centro do debate promovido pelos principais candidatos a presidente da Câmara. Candidato apoiado pelo governo, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que qualquer medida deve respeitar o teto de gastos. Ontem, Baleia Rossi (MDB-SP) defendeu que se busque fonte de financiamento dentro do teto para bancar a ampliação do Bolsa Família ou viabilizar a continuidade do pagamento do auxílio emergencial. “É uma questão de reorganizar despesas”, disse (Valor).

A equipe econômica acompanha com atenção e espera o resultado das eleições para as presidências da Câmara e do Senado para seguir com as negociações de um conjunto de propostas consideradas importantes pelo governo para a recuperação da economia e do ajuste nas contas públicas. A escolha das novas Mesas Diretoras é vista como fundamental, dentro da equipe do ministro Paulo Guedes, para o andamento das propostas. As reformas, por outro lado, já vinham a passos lentos desde o início do ano passado, por causa de dificuldades na articulação política entre o governo e o Congresso. São pelo menos 14 projetos listados em apresentações da equipe econômica (O Globo – p.18).

Essas medidas já tramitam no Congresso. Na lista, estão medidas como a reforma tributária e administrativa e Pacto Federativo, além de medidas voltadas para o crescimento. O ministro Paulo Guedes costuma dizer que essas medidas são sua aposta para controlar as contas e pavimentar um crescimento econômico sustentável no Brasil. Uma das principais medidas é o chamado Pacto Federativo, que prevê a redução de gastos e estabelece medidas fiscais de longo prazo. A medida foi encaminhada pelo governo ao Senado no fim de 2019, mas pouco avançou até agora. Também está na lista a PEC Emergencial, que autoriza corte de despesas para facilitar cumprir o teto de gastos (O Globo – p.18).

A perspectiva de integração entre projetos ferroviários que estavam paralisados e novos empreendimentos atraiu mais operadores para o leilão do primeiro lote da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), marcado para abril. A avaliação inicial era que o trecho teria apenas a participação da Bahia Mineração (Bamin). Hoje, o mercado considera também a entrada dos grupos VLI (que tem como acionistas Vale, Mitsui, FI-FGTS, Brookfield e BNDES) e Cosan, por meio da Rumo. Além disso, fundos de investimentos voltados para projetos de infraestrutura têm olhado o ativo para, possivelmente, compor parcerias. O trecho a ser leiloado compreende extensão de 537 km de entre Ilhéus e Caetité/BA (Valor).

 
 
POLÍTICA
 
 

A bancada do PT no Senado decidiu apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência da Casa, na eleição que será disputada no início do próximo mês. Pacheco é o candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O presidente da República, Jair Bolsonaro também já explicitou seu apoio ao senador mineiro. O anúncio da posição petista aconteceu ontem à tarde, após reunião virtual da bancada. Em nota, o partido afirma que a decisão se deu por unanimidade. Apesar de declarar apoio ao candidato do presidente Jair Bolsonaro, o texto sugere certo antagonismo, ao defender em diversos pontos que a posição foi tomada para barrar a agenda de "retrocessos" do atual governo (Folha).

Os possíveis candidatos do MDB, Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO), por serem líderes do governo, perderam força após presidente mencionar o apoio a Pacheco. Ambos devem se retirar da corrida nesta semana. Outro golpe seguido veio com a decisão petista, que afeta diretamente Eduardo Braga (AM), o único pré-candidato do partido com aceitação na bancada do PT. O senador, líder do MDB afirmou, não entender o fato de os petistas fecharem aliança com o candidato apoiado por Bolsonaro. “Eu tive uma conversa com a bancada do PT na sexta-feira, na qual pedi para que tivéssemos a oportunidade de apresentar nosso candidato. Mas eles preferiram tomar essa decisão”, afirmou Braga (Folha).

O MDB vai antecipar a escolha de seu candidato, que estava prevista inicialmente para sexta-feira. A bancada se reúne inicialmente hoje, para a cerimônia de filiação dos senadores Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Rose de Freitas (ES), que retorna ao MDB. Há chances de que a decisão do partido possa ser anunciada no mesmo dia. Além de fortalecer a candidatura de Rodrigo Pacheco, a decisão tomada pelo PT também tende a abrir caminho para a indicação de Simone Tebet (MS). A senadora é considerada independente e conta com o apoio do movimento suprapartidário Muda Senado — que tem 18 integrantes. O MDB, no entanto, terá problemas internos para resolver (Folha).

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que "o campo nunca teve um tratamento tão justo e honesto como tem comigo" e cobrou que, por isso, os integrantes da bancada ruralista apoiem o deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara. No domingo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou publicamente apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), adversário do candidato apoiado pelo Palácio do Planalto. "Democracia com compromisso de entrega: anuncio desde já que votarei no deputado Baleia Rossi”. O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá o comando da bancada no fim do mês, também já declarou apoio a Baleia (Folha).

Governadores já se mobilizam contra dois projetos de lei orgânica das polícias civil e militar que restringem o poder político dos estados sobre as tropas armadas e os bombeiros em todo o país. Parte dos chefes dos Executivos estaduais apontou inconstitucionalidade e interferência do Palácio do Planalto nas polícias, uma das bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro. A reação mais forte partiu do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acusou Bolsonaro de querer “intimidar governadores através de força policial militar” (Estadão – p.A4).

Candidato apoiado por Jair Bolsonaro à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) afirmou que poderá pôr em votação projetos que retiram poder de governadores sobre as polícias civil e militar, caso haja maioria ou pedido de urgência. Adversário de Lira na disputa, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) disse ver a discussão como “inoportuna”. “Eu não vou engavetar projeto nem pautar projeto que ache correto. Qualquer pauta com maioria no colégio de líderes, pedido de urgência aprovado, vai ser pautado e o plenário resolve”, afirmou Lira (Estadão – p.A4).

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está extrapolando nas críticas ao governo. O general caracterizou como uma “briga de rua” as rusgas entre o comandante da Casa e o presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho apreço pelo deputado Rodrigo Maia, pela trajetória política dele, mas, nitidamente, ele está perdendo a mão. Parece que esse final de período dele aí, de cinco anos como presidente da Câmara, está mexendo com a cabeça ele, em consequência das declarações que são totalmente fora de propósito, que não contribuem e não constroem nada em temos de política no nosso país” (Correio – p. 4).

Especialistas em segurança pública consultados criticaram os dois projetos de lei que buscam dar autonomia às polícias civil e militar e são defendidos por aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. Tanto o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, quanto o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, e a cientista política Ilona Szabó, presidente do Instituto Igarapé, consideram que as propostas, se aprovadas, representariam uma “blindagem” das corporações, com graves consequências políticas, institucionais, fiscais e para as eleições presidenciais em 2022 (Valor).

O novo procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, que tomará posse na sexta-feira como chefe do Ministério Público do Rio (MP-RJ), decidiu que cuidará diretamente do caso da rachadinha no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro na Alerj. A decisão marca diferença em relação a seu antecessor, Eduardo Gussem, que delegava investigações como essa para promotores e procuradores de órgãos auxiliares no MP-RJ. Relator da denúncia, o desembargador Milton Fernandes disse a autoridades do Judiciário que não está convencido de que o caso é da atribuição do Órgão Especial, razão pela qual pretende suscitar a competência antes de submeter ao colegiado a denúncia oferecida pelo MP-RJ (O Globo – p.7).

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu o adiamento para a próxima terça-feira, da reunião virtual que teria hoje com governadores, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal. O objetivo do encontro é selar a data para a vacinação contra a covid-19 no Brasil. Pelo menos essa é a expectativa da classe política, que cobrará uma resposta definitiva do ministro por entender que o país já está muito atrasado e pode sofrer ainda mais, caso o governo federal não apresente logo um cronograma de aplicação das doses, a ser seguido em todo território nacional (Correio – p. 2)

Em uma ação protocolada no Supremo Tribunal Federal, a Rede Sustentabilidade pediu, ontem, que a Corte fixe o prazo de 72 horas para que a Anvisa aprove o uso emergencial da CoronaVac. O imunizante está sendo desenvolvido pelo Butantan e pela chinesa Sinovac (Correio – p. 2). Sem dar data ou horário da vacinação, o ministro disse ontem apenas que a campanha de imunização começará “no dia D, na hora H”, durante visita a Manaus (Correio – p. 5).

 
 
Agenda

– O presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia alusiva aos 160 anos da Caixa.
– O IBGE divulga o IPCA de 2020.

 
 
Vale a pena ler

Reação da economia depende da energia” – editorial do Valor.

 
 
 
 
 
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