BriefingBriefing
AGENDA,
IMPRENSA & PODER
Ano XV - Nº 4125
Brasília, DF - Terça-feira, 5 de janeiro de 2021
  O GLOBO - Vendas do agronegócio devem bater novo recorde  
  VALOR - Grandes empresas ganham mercado com a pandemia  
  FOLHA - Vacina em clínicas gera temor sobre efeito no SUS  
  ESTADÃO - Investimento do setor privado em saneamento ganha impulso  
  CORREIO - Concursos terão forte retomada em 2021  
  ZERO HORA - Primeiro decreto de Melo confirma nova postura em relação à pandemia de covid  
 
ECONOMIA
 
 

Com uma previsão de investimentos de R$ 60 bilhões, estados e municípios deram início a projetos para atrair parceiros privados para serviços de saneamento, que incluem distribuição e tratamento de água e de esgoto ou a gestão de resíduos sólidos. Os projetos são tocados em pelo menos 13 estados e no Distrito Federal, aponta levantamento feito com base em dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, governos locais e federal e do BNDES. O interesse vem com o novo marco legal do setor, sancionado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro, que prevê a universalização do saneamento até 2033. Três estados já realizaram leilões (AL, MS e ES) - Estadão – p.B1.

No Nordeste, região onde a nova lei encontrou resistência, seis dos nove estados estudam ou lançaram projetos de concessão ou parcerias público-privadas (PPPs). Há também mais de 20 municípios no mesmo caminho. No país, 46% da população vivem sem acesso a esgoto e 16% dos habitantes não recebem água regularmente. A necessidade de investimentos beira os R$ 700 bilhões. Para se manterem relevantes e com capacidade de investir, várias estatais estão em busca de um parceiro. O clima de euforia é traduzido pelo sucesso dos três leilões realizados desde a sanção da lei (Estadão – p.B1).

Além de unificar o racha político na Câmara dos Deputados, que opõe a base do governo aos aliados do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o novo presidente da Casa terá o desafio de retomar reformas importantes para recolocar o país na trajetória de dívida sustentável. A aprovação da reforma da Previdência, em 2019, levou a uma expectativa no mercado de que seria possível enfrentar, durante o governo Jair Bolsonaro, outros entraves. Na lista dos especialistas estavam a mudança no sistema tributário e a reestruturação do serviço público, medidas que poderiam melhorar a produtividade no país. Mas, como admitiu o próprio ministro Paulo Guedes ainda em abril, a pandemia provocou mudança de agenda (Folha).

A pauta econômica do governo deve encontrar amparo nos dois favoritos para presidir a Câmara, seja o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), indicado pelo grupo de Rodrigo Maia, seja o nome apoiado por Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL). Baleia, se eleito, tem como tarefa encaminhar uma pauta econômica complexa, começando pela reforma tributária. O presidente do MDB é autor de uma das PECs em tramitação no Congresso, a PEC 45, que substitui cinco tributos. O texto é relatado por outro nome que era favorito de Maia para presidir a Casa, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da Maioria e que abriu mão da pré-candidatura em favor do colega do MDB (Folha).

Na última sessão de 2020, a 2ª Turma do STJ mudou seu entendimento e decidiu que a União pode cobrar Imposto de Renda na fonte sobre remessas ao exterior para pagamento de serviços e assistência técnica. Desde 2012, a jurisprudência era contrária à tributação. Dados do Banco Central mostram que em 2019, foram contratados US$ 69,3 bilhões, valor sobre o qual incidiriam 15% de Imposto de Renda. A questão deve ser decidida pelo grupo que reúne a primeiro e a segunda turmas. Os ministros concordaram com nova argumentação da Procuradoria-Geral da Fazenda que leva em conta “letras miúdas” de tratados internacionais firmados pelo Brasil para evitar a bitributação (Valor).

O Palácio do Planalto responsabilizou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pela indicação de um funcionário do gabinete do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a Secretaria-geral da Presidência, órgão responsável por analisar atos jurídicos do governo, foi o próprio ministro quem encaminhou o nome, que não cumpre os requisitos previstos em lei para exercer o cargo. A pasta informou ainda que a indicação poderá ser retirada. Pacheco, candidato escolhido por Alcolumbre e pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o Senado, é o padrinho político da indicação de Arnaldo Silva Junior (Estadão – p.A5).

A balança comercial fechou 2020 com superávit de US$ 51 bilhões. Embora positivo, o dado reflete deterioração dos componentes de comércio exterior do país, sob impacto da pandemia do novo coronavírus. O resultado, divulgado ontem pelo Ministério da Economia, ficou 7% acima do registrado em 2019 (US$ 48 bilhões), mas é menor do que o saldo de 2018 (US$ 58 bilhões). No ano, houve queda de 6,1% no valor total das exportações. A redução das importações foi ainda maior, de 9,7%. Por isso, a diferença entre os produtos comprados e vendidos pelo Brasil no mercado internacional permaneceu positiva, impulsionando o saldo no azul (Folha).

A agropecuária ganhou importância e movimentou boa parte da economia na década passada. De 2011 a 2020, as exportações do agronegócio ficaram próximas de US$ 1 trilhão, deixando um saldo comercial do setor de US$ 800 bilhões, sem considerar os gastos com importação de insumos. Os dados do Ministério da Economia, divulgados ontem, mostram que 2020 esteve entre um dos melhores anos. O avanço do país, em volume e em variedade de produtos em mercados até então pouco explorados, fez com que a participação das exportações do agronegócio, que somavam 37% do total da balança comercial em 2000, subisse para 49% em 2020 (Folha).

Depois de um ano de preços e vendas em alta, o agronegócio brasileiro deve viver novo recorde em 2021. O setor, que ajudou a minimizar o impacto da crise na economia brasileira, deve exportar US$ 112,9 bilhões, segundo projeções. Caso a previsão se confirme, será a segunda vez na história que a atividade supera a marca dos US$ 100 bilhões em vendas ao exterior. A primeira foi em 2018, com um total exportado de US$ 101,7 bilhões. Alguns sinais evidenciam o dinamismo do setor. Até o terceiro trimestre, a agropecuária foi a única atividade a registrar crescimento, com alta acumulada de 2,4% segundo o IBGE. Mesmo durante a pandemia, a atividade encerrou 2020 com criação de vagas formais (O Globo – p.13).

O porto de Santos começa o ano com a projeção de novos arrendamentos que vão gerar R$ 4,8 bilhões em investimentos, além de mais R$ 2 bilhões em novos acessos rodoferroviários. Além disso, estarão em andamento obras que movimentam investimentos de R$ 1,5 bilhão. Tudo isso antes de seu processo de desestatização, que está em fase de estudos. O porto já teve a conclusão de outras quatro obras em 2020, todas recém-inauguradas. Entre elas, a construção de uma pera ferroviária, que aumentou o transporte de celulose por meio de trens. Os investimentos somaram R$ 1,057 bilhão. A SPA (sucessora da Codesp), que administra o porto, ainda estima outros R$ 387 milhões nas avenidas perimetrais (Folha).

A união do grupo francês PSA e do ítalo-americano FCA dará origem ao Stellantis, o quarto grupo automobilístico mundial em número de veículos vendidos, atrás da alemã Volkswagen, da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e da japonesa Toyota. As vendas estimadas da nova gigante global são de 8,7 milhões de unidades e seu valor de mercado é de cerca de US$ 50 bilhões. Os acionistas da PSA, dona da Peugeot, e da Fiat-chrysler (FCA) aprovaram ontem a união das duas montadoras, um casamento concebido para enfrentar um mercado de automóveis em plena revolução (Estadão – p.B6).

Portugal assumiu a presidência rotativa da União Europeia dando mais visibilidade à relação com a Índia do que com o Brasil e o bloco do Mercosul nos próximos seis meses. Em 37 páginas do programa na presidência, Portugal cita a Índia oito vezes. O Mercosul duas vezes e o Brasil nenhuma. Um representante português ao apresentar o programa no final do ano passado em Bruxelas não citou o Mercosul uma vez sequer. Portugal aposta em especial na possibilidade de acordo para investimentos entre a Comunidade Europeia e a Índia. Para isso, os portugueses vão realizar uma cópula com os indianos no Porto em Maio (Valor).

Com a grave crise fiscal deixada pelo ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que atualmente cumpre prisão domiciliar, a Prefeitura do Rio tem urgência em encontrar fontes de receita e uma das saídas estudadas é a taxação de serviços de aplicativo como Uber, afirma a secretária de Transportes, Maína Celidonio. Em entrevista ao Valor, a economista disse que o assunto está sendo debatido pela equipe do prefeito Eduardo Paes (DEM). Uma das justificativas é o desgaste causado às vias da cidade pelo número crescente de carros com motoristas profissionais. Cobrança similar foi tentada por Crivella, mas acabou derrubada pela Câmara Municipal (Valor).

 
 
POLÍTICA
 
 

A bancada do PT, a maior da Câmara, com 52 deputados, decidiu ontem apoiar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Casa. Baleia é o candidato do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em reunião da bancada feita por videoconferência, a maioria do partido votou pelo apoio ao candidato. Foram 27 votos a favor e 23 por uma candidatura própria ou por mais tempo para discussão. A ideia é que o anúncio do apoio seja feito em conjunto com outros partidos de oposição, como PSB e PDT. A expectativa é de que isso seja feito hoje. Com a decisão do PT, Baleia conta agora com o apoio de um conjunto de partidos que soma 290 parlamentares (Folha).

O placar apertado da votação da bancada do PT em Baleia Rossi (MDB-SP) tem a ver com a preferência pelo rival, Arthur Lira (PP-AL). Petistas que foram contra a adesão dizem que dificilmente haverá votos no candidato apoiado por Bolsonaro, mas se queixam que faltou negociação. Afinal, a promessa de espaço na Mesa Diretora seria apenas respeito à proporcionalidade dos partidos e, em troca, o PT deu chance a Baleia de tentar levar no 1º turno. Para ser eleito, o candidato tem que ter 257 votos. O bloco de partidos ao redor de Baleia soma quase 280 integrantes, mas estão previstas defecções, uma vez que a votação é secreta (Folha).

Os partidos anunciaram que o objetivo do acordo é "derrotar Bolsonaro e sua pretensão de controlar o Congresso". Em carta divulgada ontem, enumeram cinco compromissos assumidos por Baleia Rossi. O acordo prevê a "defesa da Constituição", a "proteção à democracia", a "independência do Legislativo", com a garantia de instrumentos de ação e fiscalização da oposição, além do respeito à soberania do país e a proteção de minorias. "Tais compromissos, assumidos também pelo candidato a presidente da Câmara que decidimos apoiar, deputado Baleia Rossi, orientará nossa atuação parlamentar, em estrito cumprimento dos mandatos que a população nos conferiu", afirmaram em nota (O Globo – p.4).

Candidato do presidente Jair Bolsonaro na disputa pelo comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) foi cobrado pela Receita Federal em R$ 1,9 milhão por ter deixado de pagar impostos sobre recursos obtidos no tempo de parlamentar na Assembleia Legislativa de Alagoas. A autuação do Fisco ocorreu em 2009, período em que, segundo o Ministério Público, Lira chefiou um esquema de “rachadinha” no Legislativo estadual. O Conselho Administrativo de Recursos (Carf) confirmou a multa cinco anos depois. Lira recorreu ao Carf, mas teve o recurso negado por unanimidade. Atualmente, ele faz o pagamento parcelado (Estadão – p.A4).

O esquema da “rachadinha”, no qual um político fica com parte do salário dos funcionários de seu gabinete, propiciou a Lira um rendimento mensal de R$ 500 mil, quando era deputado em Alagoas, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-geral da República. A Receita apontou que Lira não conseguiu comprovar a origem de recursos referentes à sua movimentação bancária e à destinação dos recursos recebidos como verba de gabinete. O procedimento tramitou de maneira independente das investigações nas esferas cível e criminal que o deputado enfrenta (Estadão – p.A4).

Enquanto o MDB, maior bancada do Senado, não define o seu candidato, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) deu início à agenda de viagens em campanha pela presidência da Casa. O senador, nome apoiado pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), almoçou ontem com o senador Carlos Portinho (PL-RJ) em um sítio em Santana do Deserto (MG), na divisa com o Rio. Nas próximas semanas, o senador do DEM deve viajar para outros estados. O itinerário ainda não foi definido. Segundo a assessoria de Pacheco, o encontro foi apenas “uma visita de cortesia”. “As possíveis tratativas com o PL serão feitas oportunamente com as presenças dos demais senadores da legenda”, afirmou, em nota (O Globo – p.5).

Carlos Portinho, que assumiu em novembro após a morte do senador Arolde de Oliveira, trocou de partido, do PSD para o PL. Com isso, a bancada cresceu de dois para três senadores. Ele deve assumir a liderança da sigla e considera Pacheco como o candidato mais forte por enquanto: “o MDB ainda tem quatro ou cinco candidatos e depois vai definir por um. Então acho que a candidatura que se apresenta mais sólida é a do Rodrigo, por essa construção que ele vem fazendo”, disse o senador pelo Rio. Desde o ano passado, Alcolumbre tem se dedicado a angariar apoios ao nome de Pacheco (O Globo – p.5).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), rejeitou todos os pedidos de impeachment protocolados contra ministros do Supremo. A decisão pelo arquivamento ocorre a menos de 30 dias de ele deixar o comando da Casa — a eleição para definir o novo dirigente será em 1º de fevereiro. Além dos pedidos contra ministros do STF, Alcolumbre rejeitou duas solicitações contra o procurador-geral da República, Augusto Aras, além de outras duas que ainda aguardavam análise com citações aos ex-procuradores-gerais Rodrigo Janot e Raquel Dodge. Ao todo, foram arquivados 38 processos, sendo que 35 tinham eram em desfavor de ministros da Corte. O principal alvo era Alexandre de Moraes, com 17 pedidos (Correio – p.2).

O governador João Doria (PSDB) reduziu em R$ 2,3 bilhões o valor que o Estado previa arrecadar com o pacote de ajuste fiscal aprovado no ano passado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em decreto publicado no dia 31 de dezembro, o governador também reduziu a parcela desta arrecadação que seria dividida entre secretarias e órgãos públicos. O texto garante, por outro lado, os orçamentos integrais da Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e das três universidades estaduais que haviam sido desidratados durante a votação do pacote. Na proposta de Orçamento enviada em setembro à Alesp, o governo previa R$ 12 bilhões de receitas caso o pacote fosse aprovado. Agora, essa previsão foi ajustada para R$ 9,7 bilhões. Segundo o governo estadual, a revisão ocorreu por causa das mudanças que o pacote sofreu na Assembleia e pela demora na aprovação da medida, o que teria resultado, segundo o governo, em arrecadação menor (Estadão – p. A6).

 
 
Agenda

– O presidente Jair Bolsonaro se reúne, às 9h30, com Fábio Faria, Ministro das Comunicações. Às 10h, tem reunião com Fernando Azevedo, Ministro da Defesa. Às 11h tem encontro com Braga Netto, Ministro da Casa Civil. Às 14h30, recebe Pedro Guimarães, Presidente da Caixa. Às 15h, tem reunião com Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa, Ministro interino da Secretaria-Geral.

 
 
Vale a pena ler

Prioridades erradas nos vetos de Bolsonaro à LDO” – editorial do Valor.

 
 
 
 
 
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