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Com uma previsão de investimentos de R$ 60 bilhões, estados e municípios deram início a projetos para atrair parceiros privados para serviços de saneamento, que incluem distribuição e tratamento de água e de esgoto ou a gestão de resíduos sólidos. Os projetos são tocados em pelo menos 13 estados e no Distrito Federal, aponta levantamento feito com base em dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, governos locais e federal e do BNDES. O interesse vem com o novo marco legal do setor, sancionado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro, que prevê a universalização do saneamento até 2033. Três estados já realizaram leilões (AL, MS e ES) - Estadão – p.B1.
No Nordeste, região onde a nova lei encontrou resistência, seis dos nove estados estudam ou lançaram projetos de concessão ou parcerias público-privadas (PPPs). Há também mais de 20 municípios no mesmo caminho. No país, 46% da população vivem sem acesso a esgoto e 16% dos habitantes não recebem água regularmente. A necessidade de investimentos beira os R$ 700 bilhões. Para se manterem relevantes e com capacidade de investir, várias estatais estão em busca de um parceiro. O clima de euforia é traduzido pelo sucesso dos três leilões realizados desde a sanção da lei (Estadão – p.B1).
Além de unificar o racha político na Câmara dos Deputados, que opõe a base do governo aos aliados do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o novo presidente da Casa terá o desafio de retomar reformas importantes para recolocar o país na trajetória de dívida sustentável. A aprovação da reforma da Previdência, em 2019, levou a uma expectativa no mercado de que seria possível enfrentar, durante o governo Jair Bolsonaro, outros entraves. Na lista dos especialistas estavam a mudança no sistema tributário e a reestruturação do serviço público, medidas que poderiam melhorar a produtividade no país. Mas, como admitiu o próprio ministro Paulo Guedes ainda em abril, a pandemia provocou mudança de agenda (Folha).
A pauta econômica do governo deve encontrar amparo nos dois favoritos para presidir a Câmara, seja o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), indicado pelo grupo de Rodrigo Maia, seja o nome apoiado por Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL). Baleia, se eleito, tem como tarefa encaminhar uma pauta econômica complexa, começando pela reforma tributária. O presidente do MDB é autor de uma das PECs em tramitação no Congresso, a PEC 45, que substitui cinco tributos. O texto é relatado por outro nome que era favorito de Maia para presidir a Casa, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da Maioria e que abriu mão da pré-candidatura em favor do colega do MDB (Folha).
Na última sessão de 2020, a 2ª Turma do STJ mudou seu entendimento e decidiu que a União pode cobrar Imposto de Renda na fonte sobre remessas ao exterior para pagamento de serviços e assistência técnica. Desde 2012, a jurisprudência era contrária à tributação. Dados do Banco Central mostram que em 2019, foram contratados US$ 69,3 bilhões, valor sobre o qual incidiriam 15% de Imposto de Renda. A questão deve ser decidida pelo grupo que reúne a primeiro e a segunda turmas. Os ministros concordaram com nova argumentação da Procuradoria-Geral da Fazenda que leva em conta “letras miúdas” de tratados internacionais firmados pelo Brasil para evitar a bitributação (Valor).
O Palácio do Planalto responsabilizou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pela indicação de um funcionário do gabinete do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a Secretaria-geral da Presidência, órgão responsável por analisar atos jurídicos do governo, foi o próprio ministro quem encaminhou o nome, que não cumpre os requisitos previstos em lei para exercer o cargo. A pasta informou ainda que a indicação poderá ser retirada. Pacheco, candidato escolhido por Alcolumbre e pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o Senado, é o padrinho político da indicação de Arnaldo Silva Junior (Estadão – p.A5).
A balança comercial fechou 2020 com superávit de US$ 51 bilhões. Embora positivo, o dado reflete deterioração dos componentes de comércio exterior do país, sob impacto da pandemia do novo coronavírus. O resultado, divulgado ontem pelo Ministério da Economia, ficou 7% acima do registrado em 2019 (US$ 48 bilhões), mas é menor do que o saldo de 2018 (US$ 58 bilhões). No ano, houve queda de 6,1% no valor total das exportações. A redução das importações foi ainda maior, de 9,7%. Por isso, a diferença entre os produtos comprados e vendidos pelo Brasil no mercado internacional permaneceu positiva, impulsionando o saldo no azul (Folha).
A agropecuária ganhou importância e movimentou boa parte da economia na década passada. De 2011 a 2020, as exportações do agronegócio ficaram próximas de US$ 1 trilhão, deixando um saldo comercial do setor de US$ 800 bilhões, sem considerar os gastos com importação de insumos. Os dados do Ministério da Economia, divulgados ontem, mostram que 2020 esteve entre um dos melhores anos. O avanço do país, em volume e em variedade de produtos em mercados até então pouco explorados, fez com que a participação das exportações do agronegócio, que somavam 37% do total da balança comercial em 2000, subisse para 49% em 2020 (Folha).
Depois de um ano de preços e vendas em alta, o agronegócio brasileiro deve viver novo recorde em 2021. O setor, que ajudou a minimizar o impacto da crise na economia brasileira, deve exportar US$ 112,9 bilhões, segundo projeções. Caso a previsão se confirme, será a segunda vez na história que a atividade supera a marca dos US$ 100 bilhões em vendas ao exterior. A primeira foi em 2018, com um total exportado de US$ 101,7 bilhões. Alguns sinais evidenciam o dinamismo do setor. Até o terceiro trimestre, a agropecuária foi a única atividade a registrar crescimento, com alta acumulada de 2,4% segundo o IBGE. Mesmo durante a pandemia, a atividade encerrou 2020 com criação de vagas formais (O Globo – p.13).
O porto de Santos começa o ano com a projeção de novos arrendamentos que vão gerar R$ 4,8 bilhões em investimentos, além de mais R$ 2 bilhões em novos acessos rodoferroviários. Além disso, estarão em andamento obras que movimentam investimentos de R$ 1,5 bilhão. Tudo isso antes de seu processo de desestatização, que está em fase de estudos. O porto já teve a conclusão de outras quatro obras em 2020, todas recém-inauguradas. Entre elas, a construção de uma pera ferroviária, que aumentou o transporte de celulose por meio de trens. Os investimentos somaram R$ 1,057 bilhão. A SPA (sucessora da Codesp), que administra o porto, ainda estima outros R$ 387 milhões nas avenidas perimetrais (Folha).
A união do grupo francês PSA e do ítalo-americano FCA dará origem ao Stellantis, o quarto grupo automobilístico mundial em número de veículos vendidos, atrás da alemã Volkswagen, da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e da japonesa Toyota. As vendas estimadas da nova gigante global são de 8,7 milhões de unidades e seu valor de mercado é de cerca de US$ 50 bilhões. Os acionistas da PSA, dona da Peugeot, e da Fiat-chrysler (FCA) aprovaram ontem a união das duas montadoras, um casamento concebido para enfrentar um mercado de automóveis em plena revolução (Estadão – p.B6).
Portugal assumiu a presidência rotativa da União Europeia dando mais visibilidade à relação com a Índia do que com o Brasil e o bloco do Mercosul nos próximos seis meses. Em 37 páginas do programa na presidência, Portugal cita a Índia oito vezes. O Mercosul duas vezes e o Brasil nenhuma. Um representante português ao apresentar o programa no final do ano passado em Bruxelas não citou o Mercosul uma vez sequer. Portugal aposta em especial na possibilidade de acordo para investimentos entre a Comunidade Europeia e a Índia. Para isso, os portugueses vão realizar uma cópula com os indianos no Porto em Maio (Valor).
Com a grave crise fiscal deixada pelo ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que atualmente cumpre prisão domiciliar, a Prefeitura do Rio tem urgência em encontrar fontes de receita e uma das saídas estudadas é a taxação de serviços de aplicativo como Uber, afirma a secretária de Transportes, Maína Celidonio. Em entrevista ao Valor, a economista disse que o assunto está sendo debatido pela equipe do prefeito Eduardo Paes (DEM). Uma das justificativas é o desgaste causado às vias da cidade pelo número crescente de carros com motoristas profissionais. Cobrança similar foi tentada por Crivella, mas acabou derrubada pela Câmara Municipal (Valor).
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