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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso preventivamente na manhã de ontem, em operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ele é apontado como chefe do suposto grupo criminoso que teria instituído um esquema de cobrança de propina na prefeitura. O Ministério Público acusa Crivella e outras 25 pessoas de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. A denúncia ainda não foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita autorizou as prisões (Folha).
Após ser preso, Crivella disse esperar justiça e que enfrentou a corrupção na cidade. "Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do Carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro", afirmou. Também foi pedida a prisão de outros oito envolvidos, entre eles o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes. Houve o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, em razão de determinação judicial de sequestro de bens e valores na ordem de R$ 53 milhões. Advogados de Crivella entraram com pedido de habeas corpus no STJ. Eles questionam a competência da desembargadora. Marcelo Crivella está a nove dias do fim mandato (Folha).
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, concedeu liminar que permite que o prefeito Marcelo Crivella cumpra prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. A decisão de Martins estabelece que Crivella está proibido de manter contato com terceiros e ele terá que entregar telefones, computadores e tablets às autoridades. O prefeito afastado não poderá também de sair de casa sem autorização. As medidas cautelares são válidas até que o ministro Antonio Saldanha Palheiro, relator do habeas corpus impetrado pela defesa de Crivella, analise o mérito do pedido – o que deverá acontecer após o fim das férias forenses (O Globo – p.14).
O ministro afirmou ainda que a decisão da desembargadora fundamenta a necessidade de restringir a liberdade do político, mas não justifica a prisão preventiva. "Não obstante o juízo tenha apontado elementos que, em tese, justifiquem a prisão preventiva, entendo que não ficou caracterizada a impossibilidade de adoção de medida cautelar substitutiva menos gravosa. O ministro ressaltou ainda que, segundo a jurisprudência do STJ, a prisão preventiva só não deve ser substituída por medidas cautelares diversas quando se mostrar imprescindível. Humberto Martins mencionou que Crivella integra o grupo de risco da Covid-19 e que também por esse motivo pode ter a prisão preventiva substituída pelo regime domiciliar (O Globo – p.14).
Dante da prisão do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), o Palácio do Planalto procura blindar o presidente Jair Bolsonaro, mas reconhece que é difícil evitar o desgaste com a narrativa de mais uma derrota do chefe do Executivo federal. Além de ter apoiado a candidatura derrotada de reeleição de Crivella — a internet já recuperou até vídeo dos dois dançando durante a campanha —, dois dos três filhos do presidente migraram para o Republicanos: o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (RJ). Abordado, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizou o impacto para o governo, dizendo que se trata de uma "questão policial" e que "segue o baile aí" (Folha).
Hospitalizado na noite de segunda-feira, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio consertava o chuveiro de sua cela no presídio da Papuda quando caiu sobre a pia e fraturou uma vértebra, informou o advogado dele, Ricardo Vasconcellos. "Foi uma lesão possivelmente permanente que pode impedi-lo de andar", afirma Vasconcellos, que visitou o cliente no Hospital de Base, em Brasília, onde ele está internado. Vasconcellos diz que, de acordo com relato feito pelo blogueiro, "ele (Eustáquio) ia tomar banho e o chuveiro começou a vazar água. Ele ficou desesperado, porque a água começou a inundar a cela. O Oswaldo subiu no vaso sanitário para estancar o vazamento e desequilibrou-se" (Correio – p.4).
A bancada do PT apoia o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) para ser o candidato do bloco parlamentar à sucessão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A posição do partido será tomada em reunião marcada para hoje e pode mudar o quadro até então desenhado, tornando-se decisiva para a escolha de Maia, já que a bancada é a maior do bloco, com 54 deputados. A definição do candidato que vai concorrer à eleição para o comando da Câmara com o apoio de Maia, em fevereiro de 2021, se arrasta há quase 20 dias e não são poucos os que reclamam da demora para o anúncio do nome que vai enfrentar Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão, com aval do presidente Jair Bolsonaro (Estadão – p.A10).
A suspeita de utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da “rachadinha” já acarreta a primeira consequência: enfraquece a tentativa de emplacar Alexandre Ramagem, diretor da Abin, na Polícia Federal. Membros do primeiro escalão do governo avaliam que, mesmo se ficar provado que não houve utilização da agência, o estrago está feito. A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia determinou a abertura de investigação do caso pela PGR. Antes do caso, havia defesa no Planalto da troca do diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, por Ramagem (Coluna do Estadão - p.A4).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou ontem que é necessário “independência” na investigação sobre as suspeitas de que a Abin orientou a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, no caso das “rachadinhas”. Na sexta-feira passada, a ministra do STF Cármen Lúcia determinou que a Procuradoriageral da República apure o caso. A ordem foi dada após a advogada de Flávio, Luciana Pires, ter dito que recebeu instruções do diretor da Abin, Alexandre Ramagem, sobre como agir para inocentar o filho do presidente (Estadão – p.A10).
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