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O presidente Jair Bolsonaro demitiu ontem o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O ministro foi informado da decisão pelo próprio presidente, no início da tarde, em audiência no Palácio do Planalto. Para substituí-lo, Bolsonaro escolheu o presidente da Embratur, Gilson Machado. A saída de Álvaro Antônio deve constar da edição do Diário Oficial de hoje. Filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou no Twitter uma mensagem parabenizando Machado. "Desejo boa sorte a Gilson Machado, que vinha fazendo bom trabalho como presidente da Embratur e agora se torna novo ministro do Turismo. Que Deus o ilumine nessa nova jornada", escreveu (Folha).
O novo ministro, no entanto, deve assumir a função de forma temporária, até a próxima reforma ministerial, programada para o início do ano. Bolsonaro já havia definido que faria mudança no comando do Turismo. A ideia do presidente é entregar o ministério a um nome indicado pelo Centrão, bloco de partidos de centro e de direita da base aliada do governo no Congresso. A decisão de demitir Álvaro Antônio foi antecipada, após a situação do ex-ministro ter tornado-se insustentável. Em mensagem no WhatsApp, Álvaro Antônio acusou o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, de estar negociando sua cadeira no Congresso (Folha).
Demitido do Ministério do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio fez duras acusações contra o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, um dia antes de deixar o cargo. No texto, publicado em um grupo de WhatsApp com ministros, Álvaro Antônio diz que Ramos é "traíra" e chegou a "pedir sua cabeça". “Caros colegas, de antemão peço desculpas por utilizar este espaço com objetivo que não a construção de um Brasil melhor. Ministro Ramos, sinceramente não sei onde o Sr estava nos anos 2016, 2017, 2018... Mas eu, junto ao Ministro Onix e outros membros do governo, já estava na Câmara articulando em favor da então candidatura do Presidente, quando quase ninguém acreditava na eleição dele” (O Globo – p.6).
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, tornou-se o 11º ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro a deixar a equipe do primeiro escalão. No fim do ano será a vez do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, deixar o cargo. Ele foi indicado para ocupar uma vaga no TCU no dia 31 de dezembro. Dos atuais 23 ministros, um a mais de quando o governo teve início, apenas onze se mantêm inalteradas. Segundo auxiliares do presidente, parlamentares pediram a reciação do Ministério do Esporte, que seria oferecido ao grupo integrado pelos partidos PSL, PROS e PTB. Esse bloco reúne 62 deputados (O Globo – p.8).
O presidente Jair Bolsonaro começou ontem a mexer no seu governo para tentar interferir na disputa pelo comando da Câmara, ao demitir o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. A troca na pasta ocorreu após Antônio expor, em um grupo de mensagens, as articulações do governo para influenciar a sucessão do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O agora ex-ministro disse que o general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, ofereceu a pasta do Turismo ao Centrão em troca de apoio ao candidato do Planalto. Ao colocar um amigo pessoal no cargo, o presidente facilita uma futura troca para acomodar o Centrão em busca de votos pelo comando da Câmara (Estadão – p.A4).
Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou ontem sua candidatura à presidência da Câmara. Lira é líder do PP na Casa e também do Centrão. Além do PP, a campanha de Lira afirma ter votos de outros oito partidos. PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, PROS, Patriota e PP somam cerca de 170 deputados. Mesmo com deserções no bloco, o grupo do candidato do governo se mostra, até o momento, mais coeso e maior que o entorno de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, que tenta eleger um sucessor independente em relação ao Palácio do Planalto (Folha).
O grupo ligado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a formação de um bloco partidário para eleger seu sucessor. A ideia é anunciar o candidato hoje o adversário de Lira. Até ontem, o mais cotado era Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da Maioria na Câmara. O grupo também analisa os nomes de Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA) e Luciano Bivar (PSL-PE). Além do DEM, integram o bloco MDB, PSDB, PV, Cidadania e PSL. Juntos, esses partidos reúnem 157 deputados, porém nem todos devem aderir à candidatura ligada a Rodrigo Maia.Aguinaldo Ribeiro, apesar de ser do PP, mesmo partido de Lira, mantém postura autônoma em relação às negociações com o governo (Folha).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o governo Jair Bolsonaro vai “jogar pesado” para eleger o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) como seu sucessor e está disposto até mesmo a “rasgar o próprio discurso” econômico. A menos de dois meses do término de seu mandato à frente da Casa, Maia expôs todas as divergências com Bolsonaro. “O governo está desesperado para tomar conta da presidência da Câmara, para desorganizar de uma vez por todas a agenda do meio ambiente, para flexibilizar a venda e entrega de armas neste país, entre outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e as minorias”, afirmou (Estadão – p.A8).
Após externar sua insatisfação com a atuação do Palácio do Planalto no processo em que o STF barrou a possibilidade de sua reeleição, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reuniu-se na noite de terça com Jair Bolsonaro. A aliados, o senador disse ter ouvido de Bolsonaro que o Planalto apoiará o nome escolhido por Alcolumbre para sua sucessão. Na lista de Alcolumbre estão Antonio Anastasia (PSD-MG), Nelsinho Trad (PSD-MS), Lucas Barreto (PSD-AP), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Marcos Rogério (DEM-RO) e Daniella Ribeiro (PP-PB). Bolsonaro tem preferência por Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, ou Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado (Folha).
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) admitiu que seu grupo político não foi bem nas eleições municipais deste ano e disse que, para evitar os mesmo erros em 2022, a solução é melhorar a comunicação. Com o discurso de vencer uma “guerra de ideias”, o filho do presidente Jair Bolsonaro lançou anteontem o Instituto Conservador-liberal (ICL), do qual é presidente. Para uma plateia formada por ministros, secretários, parlamentares, militantes de direita e blogueiros, Eduardo afirmou que o movimento conservador precisa sobreviver a Jair Bolsonaro e não se limitar às disputas eleitorais (Estadão – p.A9).
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