|
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou para o próximo dia 16 a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. A matéria será analisada em sessão conjunta de deputados e senadores. O senador fez o anúncio, ontem, após se reunir com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O ano legislativo termina, segundo prevê a Constituição, em 22 de dezembro. “Informo que o Congresso Nacional analisará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021 no dia 16 de dezembro. Além disso, está previsto na pauta da sessão o exame de 22 vetos presidenciais”, publicou Alcolumbre em uma rede social (Correio – p.4).
A LDO estabelece as regras básicas para a execução do orçamento do ano seguinte, incluindo as previsões de receitas e despesas. Sem essa lei, o governo não teria base legal, a partir de 1º de janeiro, para executar até despesas obrigatórias, como salários e aposentadorias. Já a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que é o orçamento propriamente dito, corre o risco de ficar só para 2021. Se o Congresso aprovar apenas a LDO, mas deixar a LOA pendente, o governo começará o próximo ano podendo executar, por mês, até 1/12 do que está previsto na proposta de orçamento enviada pelo Executivo. Essa situação já ocorreu em anos anteriores (Correio – p.4).
Sem acordo, governo e líderes do Congresso descartaram a criação do Renda Brasil neste ano. Dessa forma, a partir de janeiro, quando acaba o benefício emergencial, fica mantido o Bolsa Família. A decisão foi tomada depois de conversas de parlamentares com os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos e o presidente Jair Bolsonaro, nos dois últimos dias. Uma eventual ampliação do Bolsa Família para incluir uma parcela vulnerável da população que ficará desassistida com o fim do auxílio emergencial só deverá ocorrer a partir de fevereiro, quando for discutido o orçamento da União 2021 (O Globo – p.24).
Citando o nível baixo de represas, o presidente Jair Bolsonaro citou a possibilidade de apagões de energia no Brasil. "As represas estão níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveria começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício", escreveu o presidente, em resposta ao comentário de um usuário no Facebook. A fala do presidente ocorre um dia depois de a Agência Nacional de Energia Elétrica ter decidido reativar as bandeiras tarifárias nas contas de eletricidade a partir deste mês. Segundo a agência, a reativação do sistema de bandeiras tarifárias foi necessária para conscientizar a população sobre o uso racional de energia (Folha).
Os consumidores de energia de todo o país devem pagar R$ 19,8 bilhões em subsídios nas contas de luz em 2021. O valor representa uma redução de 1% na comparação com o total pago pelos clientes neste ano. Os números foram apresentados nesta terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O dinheiro será usado para bancar ações e programas sociais do governo no setor elétrico e é um dos principais fatores que impactam no crescimento das tarifas de eletricidade. Os valores ainda podem ser alterados até o início do próximo ano, porque o orçamento dos subsídios do setor elétrico ainda passará por consulta pública por 40 dias (O Globo – p.22).
Por unanimidade, a Aneel aprovou ontem normas que regulamentam os procedimentos de repactuação do chamado “risco hidrológico”. A decisão deve pôr fim a uma disputa judicial que envolve em torno de R$ 9 bilhões e praticamente paralisou o mercado de energia de curto prazo. A disputa se deu em decorrência da estiagem que fez com que apenas uma parcela da energia fosse despachada pelas usinas hidrelétricas, ajudando a poupar os reservatórios. Assim, a energia que havia sido vendida antecipadamente, mas que não foi gerada, virou débito das usinas no mercado de curto prazo. As usinas foram à Justiça e conseguiram liminares para não pagar esses débitos (Valor).
A decisão de ontem da agência reguladora abre espaço para uma repactuação. Os agentes que aderirem ao acordo precisarão renunciar às ações judiciais e, como compensação, terão direito à extensão de suas concessões. O avanço na repactuação foi amplamente comemorado no mercado de energia, que aguardava há anos um desfecho para o imbróglio. Maior geradora de capital privado do país, a Engie Brasil Energia (EBE) considera que a Aneel reforçou a maturidade do setor elétrico e de suas instituições, assim como a crença da companhia de que o país é seguro para investimentos. Aguarda-se, agora, a atualização dos valores a serem reconhecidos à luz dos termos da regulamentação aprovada ontem (Valor).
A economia brasileira deve crescer em torno de 9% no terceiro trimestre deste ano, variação recorde, mas insuficiente para recuperar todas as perdas verificadas na crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Os dados do PIB serão divulgados na quinta-feira pelo IBGE. De acordo com a agência Bloomberg, as estimativas de crescimento de 30 instituições consultadas variam de 7,4% a 11,2%, com mediana de 8,7%. Essa taxa trimestral de crescimento é a maior registrada na série histórica do IBGE, que começa em 1996, mas o dado está influenciado pela base de comparação, devido à queda recorde verificada entre abril e junho deste ano, de 9,7% (Folha).
A balança comercial registrou superávit de US$ 3,73 bilhões em novembro, um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior pelo critério da média diária. Com isso, o saldo positivo acumulado de janeiro a novembro chegou a US$ 51,16 bilhões, uma alta de 23,2% sobre o mesmo período de 2019. Os números foram divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada, chama a atenção para a mudança de dinâmica das importações. As exportações mantiveram a dinâmica recente, com leve queda de 1,2% na comparação com novembro de 2019 (Valor).
O economista observa que, em novembro, a média diária das compras externas recuou apenas 2,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, uma queda bem menor que os 26% registrados nos cinco meses anteriores. “O desempenho está relacionado ao aumento da demanda interna nos últimos meses, o que tem estimulado a busca por bens e insumos no exterior”, diz Campos Neto. Em novembro, as importações totalizaram US$ 13,8 bilhões. “Após vários meses com quedas anuais acima de 20%, a recuperação das importações é um importante sinal da retomada da demanda interna, em especial do consumo, o que é ilustrado pelo patamar das vendas no varejo acima do verificado no pré-crise”, afirma (Valor).
A guerra comercial deflagrada pela China contra a Austrália deve deixar o Brasil em alerta, diante da hostilidade persistente da família Bolsonaro ao maior parceiro comercial do país, avaliam fontes que acompanham as relações bilaterais. À medida que aumenta seu peso na econômica internacional, a China vai ditar os termos das relações com os parceiros e, em alguns casos, de forma mais agressiva, como fez contra os australianos. Com o Brasil, os chineses estão sendo pacientes, dizem fontes. Mas a percepção é de que, se Brasília adotar medida considerada discriminatória, não se pode excluir reação mais dura por parte de Pequim, acrescentam. Um teste será a decisão em relação ao leilão 5G (Valor).
O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul está em “stand by”, à espera de ações concretas do governo brasileiro no combate ao desmatamento e às queimadas e proativas em políticas de sustentabilidade, disse o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez. Sinalizações recentes do país, sobretudo posturas do vice-presidente Hamilton Mourão indicam que as negociações podem avançar, com assinatura e ratificação do pacto em breve, disse. “Agora, sim, o governo brasileiro compreendeu muito bem essa mensagem das reivindicações dos países”, afirmou Ybáñez, entrevistado na Live do Valor, ao mencionar, por exemplo, o convite a embaixadores e lideranças para visitarem a Amazônia.
Um dos instrumentos desenhados pelo poder público para impulsionar a bioeconomia e combater o desmatamento ilegal, as concessões de florestas ainda patinam no Brasil e têm sua expansão travada por barreiras regulatórias. Na tentativa de superar o impasse, a Câmara dos Deputados começa a avaliar um novo marco legal do setor nos próximos dias. No primeiro plano anual de outorgas, apresentado em 2007, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) apontou um potencial de 43,7 milhões de hectares passíveis de concessão à iniciativa privada para o manejo sustentável de recursos naturais. Isso corresponde a cerca de 9% da cobertura florestal no país, sobretudo em terras públicas não demarcadas (Valor).
|
|