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A produção industrial emendou o quinto mês consecutivo de alta após tombo recorde causado pela pandemia de Covid-19 e eliminou as perdas do pior período da crise. O crescimento em setembro foi de 2,6% em comparação com o mês anterior, de acordo com dados do IBGE. Nos cinco meses de recuperação, o setor compensou a perda de 27,1% entre março e abril, quando a pandemia atingiu o país e levou ao fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings, a fim de promover o isolamento social para conter o avanço do coronavírus. Com tombos de 9,1% em março e 18,8% em abril, a produção industrial brasileira atingiu o pior patamar da história (Folha).
Menos de seis meses depois do pico da quarentena, que paralisou fábricas e fechou concessionárias, o mercado de carros novos se recuperou e tem surpreendido os vendedores. Outubro registrou o maior volume do ano e o quarto mês consecutivo de crescimento, quando foram emplacados 215 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus, volume 3,54% maior do que em setembro. Já há filas de espera superiores a 60 dias no caso de lançamentos, por falta de estoques. Há seis meses, o setor trabalhava com queda das vendas em torno de 80% em relação a 2019 (Valor).
O Senado confirmou a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. Como a Câmara já havia seguido o mesmo caminho pela manhã, o veto está derrubado em definitivo. A desoneração da folha de pagamento para esses setores, que empregam cerca de seis milhões de pessoas, será, portanto, mantida até dezembro de 2021. Foram 64 votos a favor da derrubada – eram necessários 41 votos, o que representa a maioria absoluta na Casa. Apenas dois senadores votaram pela manutenção. Na Câmara, foram 430 a favor da derrubada e apenas 33 contra. Eram necessários 257 votos para que o veto caísse (Folha).
Na avaliação de empresários, a decisão do Congresso dá maior segurança jurídica às empresas e deve permitir a manutenção de empregos. Em alguns setores, como o de telesserviços, a estimativa era de que a reoneração do tributo pudesse elevar os custos fiscais em até 11%. “Se não existe emprego, o governo não arrecada, as pessoas não consomem, a cadeia produtiva anda para trás e cria-se um problema social”, disse o presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), John Anthony von Christian. O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Velloso, disse que 30% do custo de produção de uma máquina corresponde aos gastos com mão de obra (Correio – p.2).
Atualmente, são 400 mil trabalhadores sob o guarda-chuva direto da ABT e outro 1,5 milhão em todo o setor de call center no país. Com a elevação de custos estimada antes da decisão de ontem do Congresso, a previsão era cortar até 120 mil empregados na área. Bolsonaro havia vetado em julho dispositivo aprovado pelo Congresso que prorrogava até o fim de 2021 a desoneração da folha de salários de 17 setores, entre os quais, construção civil, call center, máquinas e equipamentos, comunicação, tecnologia da informação, transporte e têxtil. Juntos, esses setores empregam mais de 6 milhões de pessoas (Estadão – p.B3).
O Congresso derrubou ontem os vetos do presidente Jair Bolsonaro e com isso criou novas regras para concessão de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). As mudanças passarão a permitir práticas que motivaram multas bilionárias aplicadas pela Receita Federal nos últimos anos, como assinar o acordo sobre as metas dias antes do pagamento. A votação ocorreu em conjunto com o veto à desoneração da folha de salário e passou quase despercebida. Não foi citada em discurso durante a sessão e nem era motivo de polêmica. Mas, segundo parlamentares foi negociada nos bastidores pelos bancos e montadoras com apoio dos trabalhadores dessas áreas (Valor).
O governo conseguiu evitar uma derrota no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), que rejeitou a proposta das centrais sindicais para que fossem criadas cotas extras do seguro-desemprego a quem foi demitido na pandemia. O Codefat, órgão que analisa regras sobre o seguro-desemprego, tem seis representantes do governo, seis dos trabalhadores e seis dos empresários. Em junho, os representantes dos trabalhadores apresentaram ao conselho uma sugestão para ampliar o período em que uma pessoa demitida sem justa causa teria direito ao benefício (Folha).
O TCU quer que o governo federal elimine os benefícios fiscais dos produtos da cesta básica e use o dinheiro para ajudar no financiamento de um programa de transferência de renda, seja ele o Bolsa Família, seja outra iniciativa que venha a ser implementada no mesmo sentido, como o Renda Brasil ou Renda Cidadã. A sugestão, proposta pelo ministro Bruno Dantas, foi aprovada por unanimidade pelo plenário do tribunal em sua reunião de ontem. O argumento é que os benefícios concedidos às em presas não cumpre seu objetivo social e acabam beneficiando empresas instaladas em regiões mais ricas do país (Valor).
A ministra do STF, Rosa Weber, homologou o acordo de delação premiada do empresário Eike Batista, o primeiro da gestão do atual procurador-geral da República, Augusto Aras. Pelos crimes que confessou à procuradoria, Eike terá de pagar uma multa de R$ 800 milhões. É segunda delação de maior valor individual fechada pela Procuradoria-Geral da República. A primeira foi firmada com o fundador do Hypermarcas, João Alves de Queiroz Filho, no montante de R$ 1 bilhão. O acordo foi enviado ao Supremo porque Eike envolveu autoridades com direito a foro no tribunal nos depoimentos aos investigadores (Folha).
O STF formou maioria para vedar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre operações envolvendo softwares. A Corte entendeu que nesses casos a incidência tributária se restringe ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). O julgamento é importante porque deve ter impacto sobre o preço de diversos produtos oferecidos através de novas tecnologias, como Netflix, Spotfy e ou serviços de streaming. Os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio afirmaram que os softwares são disponibilizados pela internet, sem cessão definitiva para o consumidor e sem mudança de titularidade do bem (Folha).
A profundidade do relacionamento econômico-comercial entre Brasil e Estados Unidos, em um eventual governo Joe Biden, deverá ser ditada pelos resultados da gestão Jair Bolsonaro na área ambiental. Mas não se espera nenhum clima de “confrontação” vindo da Casa Branca e os acordos bilaterais fechados recentemente não estão sob risco. A avaliação é da presidente da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Deborah Vieitas, que recomenda discurso de boa vontade dos dois lados, para afastar qualquer clima de desconfiança mútua. “Há sempre a possibilidade de gestos quebrarem barreiras iniciais”, disse (Valor).
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