|
Senado aprovou ontem à noite o projeto de lei complementar que determina a autonomia para o Banco Central. O texto também prevê mandato para o presidente e diretores da instituição, novas regras para suas demissões e também apresenta novas atribuições para a autoridade monetária. A autonomia do Banco Central era uma proposta de campanha de Jair Bolsonaro, embora o projeto aprovado seja de autoria do senador Plínio Valério (PSDB-AM). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RR), afirmou que a aprovação encerrava uma travessia que "nos fazia menor" e que "soberania monetária é uma conquista de países avançados" (Folha).
O projeto foi aprovado no plenário virtual da Casa, com 56 votos a favor e 12 contrários. A proposta agora segue para a Câmara, para ser apensada a outro texto, em tramitação naquela Casa, um pouco mais completo. Após passar nas duas casas do Congresso, vai à sanção do presidente. O projeto de lei complementar aprovado pelos senadores prevê que o BC passe a ser uma autarquia de natureza especial, não ligada a nenhum ministério. Atualmente, a instituição é uma autarquia que pertence à estrutura do Ministério da Economia. O projeto aprovado ontem prevê que o início do mandato do presidente do BC será no mês de janeiro do terceiro ano do governo (Folha).
A defesa do Fundo Monetário Internacional de que o Brasil e outros países precisarão dar um apoio fiscal maior que o atualmente projetado em 2021 desagradou alguns integrantes da equipe econômica do governo Bolsonaro. A leitura é que o diagnóstico é equivocado e não ajuda neste momento em que o país está discutindo voltar à normalidade fiscal, regida pelo teto de gastos, no ano que vem. A visão da equipe econômica é de que o Brasil precisa voltar à trilha fiscal existente em 2019 e trabalhar medidas para fazer com que isso aconteça, como a aprovação da PEC do pacto federativo (Valor – p.A4).
O Brasil deve terminar 2020 com superávit da balança comercial acima dos US$ 48 bilhões do ano passado. Algumas projeções indicam saldo acima dos US$ 60 bilhões, contribuição considerada por analistas importante para o balanço de pagamentos. A corrente de comércio, porém, medida do dinamismo comercial e da integração do país no mercado internacional, deve mergulhar para um nível abaixo de US$ 400 bilhões em 2020. Com isso, o país pode perder na média dos últimos cinco anos boa parte do que ganhou de 2011 a 2015 na corrente de comércio (a soma de exportações e importações). A projeção mais recente da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia é de superávit entre US$ 55 bilhões neste ano (exportações de US$ 210,7 bilhões e importações de US$ 155,7 bilhões) – Valor – p.A5.
O governo Jair Bolsonaro reconheceu a líderes partidários que não tem apoio para manter o veto à prorrogação da desoneração da folha e cedeu para que a votação ocorra hoje. A votação dos vetos foi confirmada pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), durante a sessão do Senado realizada nesta terça-feira. Segundo líderes que participaram da reunião, o veto da desoneração está incluído. "Aproveitar para informar o plenário que nós teremos sessão do Congresso Nacional amanhã (hoje). Os líderes construíram entendimento em relação à votação dos PLNs e dos vetos (Folha).
Estados que furaram o teto de gastos em 2018 e 2019 querem uma espécie de perdão do governo federal para esse descumprimento. Governadores buscam aval do Congresso para aderir à regra apenas em 2021, 2022 e 2023, com autorização para excluir despesas com saúde e educação desse limite. O teto de gastos é uma regra que restringe o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Governadores também pressionam para que o governo repasse R$ 4 bilhões ainda neste ano para estados e municípios como parte de um acordo para repor perdas geradas pela Lei Kandir, que isentou as exportações de cobrança do ICMS (Folha).
A regra para os estados não é a mesma da aplicada no governo federal. Para a União, emenda constitucional limitou por dez anos, renováveis por mais dez, o crescimento das despesas primárias à variação da inflação. No caso de saúde e educação, foi fixado um piso, e os gastos são corrigidos pela inflação – e não pela variação da receita, como ocorre nos estados e municípios. Em 2018 e 2019, a regra para os estados foi descumprida por 11 deles: Acre, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. O teto de gastos para os estados passou a vigorar, com validade de dois anos, limitando o avanço das despesas correntes à variação da inflação (Folha).
O confinamento imposto pela pandemia mudou os hábitos de consumo dos brasileiros que se viram do dia para noite trancados em casa tendo de cozinhar, trabalhar, estudar, tudo no mesmo lugar. E o comportamento de compras desse “novo normal” se refletiu nos movimentos de preços, também turbinados pela disparada do dólar. Os dez subgrupos de produtos e serviços que registraram as maiores altas de preços nos últimos seis meses foram os mais demandados pelo consumidor. Juntos subiram em média 5,80% no varejo, resultado equivalente a quatro vezes a inflação geral do período, medida pelo IPCA-15 do (IBGE), que foi de 1,35% (Estadão – p.B1).
O levantamento mostra que o subgrupo que reúne TV, aparelhos de som e itens de informática foi o que teve a maior alta de preços. Entre maio e outubro, eles foram majorados em quase 18%. Bentes optou por fazer a análise a partir de maio porque logo no início da pandemia as empresas tinham estoque e o impacto da maior procura nos preços não seria tão evidente. O segundo subgrupo com a maior alta de preço também está relacionado com a moradia, foi de eletrodomésticos e equipamentos (8,88%), seguido por joias e bijuterias (7,2%). Móveis e eletrodomésticos foi o segmento cuja venda disparou com a pandemia e, na sequência, material de construção (Estadão – p.B1).
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que a “redução provisória na oferta”, com um “aumento ocasional na demanda”, provocou a alta nos preços de alguns produtos e a pressão sobre a inflação no país nos últimos meses. A avaliação foi divulgada ontem na ata da mais recente reunião do Copom, realizada na semana passada, quando o BC manteve os juros básicos da economia (Selic) em 2% ao ano. “Dessa forma, apesar de a pressão inflacionária ter sido mais forte que a esperada, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção”, diz a ata (Estadão – p.B3).
Pela primeira vez desde março, a previsão da inflação oficial do País para este ano ficou acima de 3%, segundo projeções coletadas pelo Banco Central com analistas do mercado financeiro. A expectativa faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus divulgado ontem pelo BC. Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Os analistas dos bancos subiram, pela décima semana consecutiva, a estimativa de inflação deste ano de 2,99% para 3,02%. Desde 23 de março deste ano a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA não ficava acima de 3% (Estadão – p.B3).
O vice-presidente Hamilton Mourão disse ontem que o resultado das eleições nos EUA não mudará a política ambiental do Brasil. Para ele, o Brasil está “fazendo a sua parte” no combate a desmatamentos, queimadas e ilegalidades na floresta. O vice-presidente admite, no entanto, que gostaria de ter avançado mais no tema. Mourão falou com a imprensa após reunião do Conselho Ministerial da Amazônia, que ele preside, e que reúne 15 ministérios. O conselho foi reativado por Jair Bolsonaro após aumento das pressões internacionais contra a política ambiental e tentando reverter a péssima imagem nesse quesito (Valor – p.A2).
O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a evitar qualquer pronunciamento sobre o resultado das eleições americanas enquanto não houver total clareza sobre a vitória de Donald Trump ou de Joe Biden. Ele deveria esperar até que a apuração das urnas indicasse resultado incontestável. O Itamaraty vai monitorar a comunicação oficial de outros países, principalmente do G20, sobre o pleito nos EUA. O presidente Donald Trump já ameaçou contestar eventual derrota e os democratas receiam que ele aproveite os resultados iniciais favoráveis para se declarar vencedor. Diante das incertezas, o comportamento de Bolsonaro e seus filhos nas redes sociais é ponto de preocupação (Valor – p.A12).
|
|