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As despesas com servidores públicos ativos e inativos no Brasil estão entre as mais elevadas entre um universo de cerca de 70 países em proporção do PIB. Segundo a nota econômica “O peso do funcionalismo público no Brasil em comparação com outros países”, elaborada pela CNI, os gastos com pessoal da União, dos estados e dos municípios equivaleram a 13,4% do PIB em 2018, o que coloca o país na 6ª posição, atrás apenas de Arábia Saudita, Dinamarca, África do Sul, Noruega e Islândia. O estudo foi encaminhado ao governo, a líderes partidários e aos presidentes da Câmara e do Senado (O Globo – p.19).
De acordo com a CNI, a principal explicação para o maior comprometimento do Orçamento brasileiro com o funcionalismo está na vantagem salarial dos servidores em relação aos trabalhadores da iniciativa privada. A remuneração de trabalhadores do setor público federal é 67% maior, o índice mais alto analisado no estudo do Banco Mundial “Um ajuste justo: análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil”, que inclui 53 países. O prêmio salarial dos servidores estaduais (31%) também se encontra entre os mais altos do mundo. Em média, a vantagem salarial do funcionalismo é de 18% entre os países pesquisados (O Globo – p.19).
De acordo com o Ministério da Economia, o gasto total com servidores federais somou R$ 319,5 bilhões em 2019. Desse valor, 56,5% (R$ 180,4 bilhões) foram gastos com servidores ativos, e 43,5% (R$ 139,1 bilhões), com aposentados e pensionistas. No Executivo federal, os servidores civis ativos somam 608 mil e representam menos da metade do total de vínculos; os aposentados somam 427 mil, e os pensionistas, 239 mil. Inativos, absorvem 47,1% das despesas líquidas com funcionários públicos federais do Executivo. No Legislativo federal, aposentados e pensionistas respondem por quase metade (46,4%) das despesas desse Poder com funcionalismo. No âmbito do Judiciário federal, são 26,3% (O Globo – p.19).
O governo brasileiro não tem honrado seus compromissos com a maioria dos organismos internacionais, fundos e bancos multilaterais. Do total de pagamentos previstos para o ano (R$ 4,216 bilhões), foram desembolsados apenas R$ 15,4 milhões para nove organismos internacionais, faltando um pouco mais de dois meses para terminar o ano. Os dados foram levantados, a pedido do Valor, pelo Ministério da Economia. O montante da dívida - em dólar, libra esterlina, dólar canadense, dólar australiano e franco suíço - foi convertido pelo câmbio Ptax do dia 26 de outubro. Atualmente, o Brasil faz parte de 13 missões de paz, 106 organizações intergovernamentais, oito bancos multilaterais e dez fundos internacionais.
O Brasil deve planejar com cuidado o futuro leilão para ocupar a nova frequência celular 5G, dadas suas implicações na concorrência do mercado, recomenda a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “O futuro leilão de 5G no Brasil é aclamado como o maior de todos os tempos para o espectro 5G”, diz a entidade em relatório divulgado ontem. “Partes interessadas da indústria e países em torno do mundo estão observando de perto o desenho do leilão.” A organização também sugere uma agência reguladora unificada para os setores de comunicação e radiodifusão, além de taxação menor no segmento. Para a OCDE, é fundamental formular cuidadosamente o futuro leilão de 5G (Valor).
Ministros de Bolsonaro aproveitaram a presença de representantes da OCDE em Brasília para marcar posição favorável à entrada do país na organização. Mas os representantes da entidade vieram ao país justamente para entregar estudos que apontam os desafios institucionais e de investimento que o país precisa enfrentar para alcançar as nações mais ricas no processo de transformação digital. Durante cerimônia no Itamaraty, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, disse que o Brasil alcançou “progressos digitais significativos” nos últimos anos. Mas destacou desafios que ainda persistem. Ressaltou que quase um quarto da população adulta no Brasil nunca tinha utilizado a internet até 2018 (Valor).
O ministro Paulo Guedes afirmou que a engrenagem política não tem permitido deslanchar sua agenda de privatizações. Para ele, escândalos de corrupção observados nas estatais já deveriam ter convencido a população sobre a necessidade das vendas. “Há privatizações que não conseguimos fazer. Há acordos políticos que dificultam, há uma mentalidade cultural equivocada”, afirmou em evento virtual da Academia Brasileira de Direito Constitucional. “Se houve o escândalo do petróleo na Petrobras, o mensalão nos Correios, desvios na Caixa, devia estar bastante claro para a população brasileira que a governança está equivocada”, disse o ministro (Folha).
Guedes já chegou a culpar publicamente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pela demora nas privatizações. Mas há vendas que dependem apenas do Executivo e que também não mostram avanços. “De alguma forma essa nossa dificuldade de criar um caminho de prosperidade em um país rico em recursos naturais está ligada à nossa prisão cognitiva. Somos prisioneiros cognitivos de uma visão de mundo que está obsoleta”, afirmou. Há pouco mais de um mês, o ministro informou a aliados que sua equipe discutiria com o Palácio do Planalto indicações a empresas estatais e outros órgãos (Folha).
No evento, o ministro da Economia saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Disse que é preciso deixá-lo expressar os seus posicionamentos e que a “intolerância não pode ser aplicada em nome da tolerância”. Ele afirmou ainda ser natural que haja divergências em relação à vacina contra a covid-19. “Não podemos nos emocionar, nos apaixonar e começar justamente a derrapar para a intolerância porque alguém está falando algo que não gostamos. É a liberdade de opinião, de manifestação. Vai tomar vacina ou não vai? ‘Eu acho que deve ser voluntário, eu acho que deve ser obrigatório’. Ora, é natural que haja diferença de opinião”, disse (Valor).
Preocupado com o risco inflacionário, o presidente Jair Bolsonaro recebe hoje no Palácio do Planalto executivos das maiores tradings multinacionais do país e de cooperativas processadoras de soja. Segundo uma fonte do governo, Bolsonaro vai questioná-los sobre o preço em patamar elevado do grão e de seus derivados, como o óleo de soja. O encontro foi articulado pela ministra Tereza Cristina, da Agricultura, que por sua vez também terá a missão de esclarecer para o presidente os motivos que levaram à alta na cotação internacional da oleaginosa, como a elevada demanda da China durante a pandemia, o câmbio desvalorizado e os reflexos na Bolsa de Chicago, onde são formados os preços da soja (Valor).
Mais de 17 milhões de brasileiros que começaram a receber o auxílio emergencial a partir de maio podem não ser contemplados com todas as nove parcelas do benefício prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro. A equipe econômica já alertou que nenhum pagamento será feito em 2021, ou seja, os beneficiários só receberão os repasses em 2020. O tema deve ser alvo de judicialização e gerar um passivo para a União, caso as famílias busquem todas as parcelas a que teriam direito se tivessem sido admitidas antes no programa. O total de beneficiários chega a 67,7 milhões (Estadão – p.B3).
Problemas técnicos do sistema e inconsistências cadastrais levaram muitas pessoas a serem inicialmente rejeitadas, o que atrasou a aprovação do auxílio a essas famílias. Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Cidadania, quase 900 mil beneficiários só começaram a receber as parcelas em agosto – quando o cadastro até já havia sido encerrado. Dados do Painel Interinstitucional de Dados Abertos sobre Covid-19, criado pelo Conselho Nacional de Justiça, já apontam a existência de cerca de 140 mil ações judiciais relativas ao auxílio emergencial. É hoje o assunto mais demandado do total de quase 200 mil ações apresentadas no período da pandemia (Estadão – p.B3).
O julgamento de uma ação no STF envolvendo a tributação de doações e heranças no exterior foi suspenso no sábado, após pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes. No dia anterior, relator do caso, Dias Toffoli, afirmou que as leis estaduais que tratam do assunto são inconstitucionais, mas deu aval às cobranças já realizadas pelos fiscos estaduais. O ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator. Segundo Toffoli, só no estado de São Paulo, a consequência da decisão, sem terá impacto orçamentário de R$ 5,4 bilhões. Moraes pediu vista, o que levou à interrupção do julgamento virtual, que não tem data para ser retomado. Demais ministros do STF ainda não votaram (Folha).
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