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Entre janeiro de 2019 e julho de 2020, a Petrobras abriu 48 processos de vendas de ativos, uma média de 2,5 por mês. O número é bem maior do que os 1,4 por mês abertos durante o governo Michel Temer e oito vezes os 0,4 por mês verificados na segunda gestão Dilma Rousseff. A estatística, elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) retrata a principal mudança estratégica na companhia sob o comando do economista Roberto Castello Branco, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir a estatal. Elogiada pelo mercado e criticada por sindicatos e pela oposição, a gestão Castello Branco acelerou um processo de reposicionamento da empresa, que abandona negócios considerados não prioritários, incluindo energias renováveis, e foca cada vez mais no pré-sal. (Folha – p. A15)
Projeto de lei no Congresso quer estabelecer uma “moratória” para empresas do Simples Nacional que precisaram adiar o pagamento de tributos devido à pandemia da covid-19. A ideia é dar mais tempo aos pequenos empresários para quitar as pendências com União, Estados e municípios, com possibilidade de parcelamento e sem incidência de encargos. O governo consentiu com a pausa na cobrança de tributos, inclusive do Simples Nacional, mas previu a cobrança dos atrasados ainda em 2020. Dentro do Ministério da Economia, a proposta é considerada uma carta na manga para um caso de necessidade (Estadão – p. B4)
A pandemia fez o faturamento do varejo digital dar um salto em 2020. Fim da linha para o varejo físico? A resposta é não. Varejistas já se preparam para a retomada investindo em novas lojas. A Riachuelo deu início à expansão das redes de unidades da Carter’s, marca infantil, e Casa Riachuelo, voltada para casa e decoração. Já prevê 40 inaugurações desse par de novos negócios em 2021. Caminho parecido com o das Pernambucanas, que abriu 17 lojas este ano. Virão outras 23 até o fim de 2020. A rede vai dobrar o número de lojas no Rio para 30. Esses grupos — e outros como Renner, Hering e a marca carioca Zinzane — seguem dois impulsos. Um é a transformação da rede física em elo da cadeia de vendas, integrada à plataforma digital. A outra é resultado do efeito da pandemia no mercado de imóveis comerciais: preços menores e condições melhores. (O Globo – p .19)
Alvo de uma disputa global entre EUA e China, a Huawei corre o risco de ser banida do fornecimento de equipamentos para as redes de 5G no Brasil devido a um alinhamento estratégico entre Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Fornecedora preferida das operadoras locais, a fabricante está presente em praticamente todas as redes. O comandante da Huawei no Brasil, Sun Baocheng, afirma que, sem a Huawei, a evolução da tecnologia de quinta geração demoraria até quatro anos para ser iniciada porque as teles teriam de trocar todos os equipamentos, que não conversam com o 5G dos concorrentes. Isso tornaria a evolução da telefonia mais cara para os brasileiros. Para ele, um banimento serviria como um sinal ruim de que o país não é mais um território livre e justo para a livre iniciativa e isso comprometeria investimentos estrangeiros. (Folha – p. A14)
O distanciamento social e o pagamento do auxílio emergencial por contas digitais aceleraram o processo de bancarização no Brasil. De acordo com dados do BC (Banco Central), 9,8 milhões de pessoas iniciaram relacionamento com instituição financeira de março para cá. Atualmente, 175,4 milhões de pessoas têm relacionamento bancário. No fim de fevereiro, último mês cheio antes da chegada do coronavírus ao país, eram 165,6 milhões de brasileiros com conta em instituição financeira ou que consumiam algum produto financeiro (Folha – p. A19)
O número de reclamações apresentadas na Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra o governo de Jair Bolsonaro aumentou nas últimas duas semanas e ameaça provocar uma nova colisão entre o governo e a entidade, conforme o Valor apurou. As contestações submetidas por sindicatos brasileiros e associações internacionais de trabalhadores podem pavimentar o terreno para o país figurar de novo numa lista negra de violação de convenções trabalhistas no começo de 2021 na OIT. São questionadas a aplicação pelo governo brasileiro de pelo menos nove convenções internacionais: a 98, que trata de sindicalização e negociação coletiva; a 11, de direito de sindicalização na agricultura; a 135, de proteção de representantes sindicais; a 141, de organizações de trabalhadores rurais; a 144, de consultas tripartites sobre normas internacionais do trabalho; a 151, de relações de trabalho no serviço público; a 154, de fomento à negociação coletiva; a 155, sobre igualdade de oportunidades e tratamento para homens e mulheres trabalhadores; e a 189, sobre trabalhadoras domésticas. (Valor – p.A2)
Dados preliminares da arrecadação de setembro prometem uma surpresa positiva nos recolhimentos feitos por micro e pequenas empresas, segundo informações da área técnica. Ao contrário da onda de calotes que se temia, o que se vê é que as empresas estão conseguindo pagar os impostos devidos no mês, mais as parcelas que haviam sido suspensas devido à pandemia. Ainda assim, o governo está decidido a não excluir empresas do Simples por inadimplência em 2020. No ano passado, 738.605 contribuintes do Simples foram notificados sobre a existência de débitos com a Receita e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no valor de R$ 21,5 bilhões, e que por isso sairiam do programa. Desses, 230 mil regularizaram sua situação e conseguiram permanecer. (Valor – p.A4)
Um Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano bem maior do que a previsão que consta da proposta orçamentária de 2021 vai colocar as finanças da União em situação de virtual “shutdown”, ou seja, de ameaça de paralisação de serviços públicos, de acordo com especialistas consultados pelo Valor. Na elaboração da proposta orçamentária, o governo utilizou uma previsão para INPC de 2,09%. As projeções do mercado apontam, agora, que o índice ficará acima de 3%, podendo chegar a 3,2%. O governo estima que o aumento de 0,1 ponto percentual no INPC gera acréscimo de R$ 768,3 milhões nas despesas da União. Isso ocorre porque o INPC reajusta o salário mínimo, que é o piso dos benefícios previdenciários e assistenciais. Além disso, o INPC corrige também os benefícios previdenciários com valor acima de um salário mínimo. (Valor – p. A6)
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