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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), calcula ser possível votar a reforma tributária no plenário da Casa ainda neste ano se houver um texto acordado entre os deputados e o governo até o final do primeiro turno das eleições municipais. Em entrevista à rádio CNN, o deputado reiterou que a “prioridade das prioridades” é votar a PEC Emergencial, que estabelece medidas de ajuste fiscal e controle das despesas. Mas não descartou avançar neste ano no texto da tributária que está sendo construído pela comissão mista com o objetivo de unificar as propostas da Câmara (PEC 45), do Senado (PEC 110) e o projeto da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) enviado pelo governo (Folha).
O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) disse, ontem, em evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que até 10 de dezembro a reforma tributária será votada na comissão mista do Congresso que examina o tema. O senador preside o colegiado e, segundo ele, o prazo final para votar a matéria venceria ontem, mas foi renovado. “Até 10 de dezembro, o parecer do relator será votado na comissão”, afirmou. Rocha acredita que será possível votar a reforma no plenário da Câmara ainda neste ano, porque há mais engajamento naquela Casa. O senador reconheceu que é preciso cuidado na reforma. “Temos que apontar a direção e dar um passo. O tema que está mais ‘nervoso’ é desoneração da folha” (Correio – p.6).
Apesar de a economia do país ter começado a se recuperar do impacto provocado pela pandemia, a retomada tem sido extremamente desigual. Segundo estudo do Itaú Unibanco, apenas 4 dos 14 setores analisados conseguiram superar as perdas causadas pela freada brusca da atividade econômica. O agronegócio, áreas da construção civil, o setor de alimentos e nichos que operam com tecnologia – como os aplicativos de entrega e empresas de vendas online – têm atualmente demandas acima ou similares às registradas no início do primeiro trimestre antes das medidas de restrição contra o coronavírus. Setores como o de vestuário e de eletroeletrônicos cortaram funcionários e ampliaram ociosidade de fábricas, prevendo queda duradoura nas encomendas. Foram surpreendidos com a demanda por celulares, geladeiras e produtos têxteis que agora superam a capacidade de produção (Estadão – p.B1).
O governo vai enviar ao Congresso, nos próximos dias, um projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios. O texto já foi assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e deve ser chancelado pelo presidente Jair Bolsonaro ontem. O modelo de privatização ainda está em estudo, mas, de acordo com cronograma do governo, o leilão está previsto para meados de 2021. A privatização dos Correios será a primeira a ser proposta pelo governo em 2020. A expectativa da equipe econômica é tentar aprovar o projeto ainda neste ano, como forma de demonstrar avanço na agenda de desestatizações (O Globo – p.23).
Defensores das reformas e corte de despesas, integrantes da cúpula do Ministério da Economia acumulam cargos em estatais e, assim, elevam o contracheque. Alguns recebem mais que o teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil). Isso é possível por meio do pagamento de jetons (remuneração para quem participa das reuniões de conselhos). Como os jetons não são considerados salário, eles não entram na conta do limite máximo que um funcionário público federal pode receber, equivalente ao salário de um ministro do STF. A proposta de reforma administrativa enviada ao Congresso pelo governo tem por objetivo o objetivo de modernizar a máquina pública e reduzir gastos com pessoal (Folha).
O crescimento dessas despesas reduz a margem do Orçamento para investimentos e programas sociais. Mas, o projeto de reforma administrativa não altera regras para os atuais servidores e, mesmo para quem ainda vier a ingressar no funcionalismo, a proposta enviada não mexe com o recebimento de honorários por participação em conselhos de empresas públicas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não recebe jetons. Pelo cargo que ocupa, ele recebe salário bruto de R$ 30,9 mil por mês — menos que servidores da área econômica no topo da carreira. Mas, é ampla a lista de membros do alto escalão do Ministério da Economia que recebem jetons (Folha).
O governo autorizou a prorrogação por mais 60 dias do programa de suspensão de contratos e corte de jornada e salário, totalizando oito meses. De acordo com nota da Secretaria-Geral da Presidência, o decreto será publicado na edição do Diário Oficial de hoje. "Diante do cenário atual de crise social e econômica, e com a permanência de medidas restritivas de isolamento social, faz-se necessária a prorrogação, mais uma vez, do prazo máximo de validade dos acordos", diz a nota. O programa que visa evitar demissões em massa durante a pandemia foi instituído em 1º de abril, com a idéia de que a suspensão de contrato vigorasse por dois meses e a redução de jornada por três (Folha).
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a continuidade da agenda de reformas e “forte compromisso com a disciplina e transparência fiscais” como forma de conduzir o Brasil após a pandemia. Em texto da declaração do Brasil e mais dez países ao Comitê Monetário e Financeiro do FMI, o ministro destacou a resposta de política econômica à pandemia que, em sua avaliação, superou os esforços vistos em outros países emergentes e se equiparou aos das economias avançadas. O ministro destacou que o governo adotou medidas de apoio às empresas voltadas à preservação dos empregos que evitaram a perda de 12 milhões de postos de trabalho (Valor).
Segundo Paulo Guedes, a decisão governo “foi necessária devido à magnitude do choque no hemisfério Ocidental e à necessidade de agir rapidamente e sem hesitação para salvar a vida e o sustento de dezenas de milhões”. Diz a declaração que “o Banco Central do Brasil atuou com agilidade e ousadia em um conjunto de medidas voltadas para a liquidez e flexibilização das exigências de capital. Essas ações garantiram o bom funcionamento dos mercados de crédito, com expansão significativa em relação a 2019. Em linha com a recomendação do FMI, sob a incerteza generalizada, corremos o risco de errar no lado positivo, para não deixar ninguém desprotegido em uma situação sem precedentes” (Valor).
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, quer contar com as emendas parlamentares para quase dobrar os investimentos da União no setor de transportes em 2021. Em documento dirigido a deputados e senadores, o Ministério da Infraestrutura propõe que os parlamentares destinem R$ 5,56 bilhões para a área, o que significaria elevar em 87,5% o investimento total do ministério, previsto em R$ 6,35 bilhões na proposta orçamentária para o próximo ano. O montante de recursos que o ministro deseja representa 34% do total destinado às emendas parlamentares impositivas, individuais e de bancada, ao Orçamento de 2021, que foi fixado em R$ 16,34 bilhões (Valor).
Com queda de 25% em relação a 2019, as relações entre Brasil e Estados Unidos fecharam o acumulado de janeiro a setembro em US$ 33,4 bilhões, a menor corrente de comércio bilateral para o período dos últimos 11 anos. A predominância de bens da indústria de transformação na pauta brasileira de exportação aos americanos, com participação importante de petróleo e derivados, contribuiu para uma queda de 31,7% dos embarques aos EUA até setembro e para um déficit de US$ 3,1 bilhões. Os dados sinalizam para déficit no comércio bilateral em 2020 que deve ser o maior dos últimos cinco ou seis anos, segundo dados do “Monitor do Comércio Brasil-EUA”, divulgado pela Câmara Americana de Comércio (Valor).
Brasil, Estados Unidos e Japão se uniram ontem na pressão contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC), numa ilustração do confronto que deverá ocorrer na reforma dessa entidade, com impacto significativo nas trocas globais. Os três países apresentaram comunicado conjunto conclamando os outros 161 membros a garantir o princípio de economia de mercado na OMC, para assegurar condições equitativas de competição. Isso vale para todos os países, mas a principal visada é mesmo a China, segunda maior economia do mundo. “Vemos essa discussão como necessária no contexto de se alcançar reforma significativa na OMC”, diz o comunicado conjunto (Valor).
O valor dos produtos importados pela China alcançou seu patamar mais alto em dólar em setembro, refletindo aumento nas compras de minério de ferro, commodities agrícolas e semicondutores como parte da rápida recuperação da segunda maior economia do mundo dos efeitos da covid-19. As importações chinesas subiram 13,2% em termos anuais, para US$ 203 bilhões, seu maior salto em 2020, segundo dados alfandegários divulgados ontem. O recorde anterior era de setembro de 2018, antes da escalada da guerra comercial com os EUA. Os novos números chamam a atenção para o rápido crescimento da atividade comercial chinesa, enquanto outras economias ainda enfrentam dificuldades com a pandemia (Valor).
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