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Em meio às discussões e polêmicas envolvendo o Renda Brasil, programa que pretende substituir o Bolsa Família, técnicos do governo finalizam os termos da Medida Provisória que vai prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano. A nova lei terá algumas alterações em relação ao desenho atual. Além do valor menor do que os R$ 600 atuais, o texto deve apertar algumas regras de acesso, fechando brechas para pagamentos indevidos, que foram questionados pelo TCU anteontem. Um dos itens na mira é o caso de famílias monoparentais. A lei prevê pagamento dobrado quando a mulher é provedora da família. Isso vai se manter. O que se pretende evitar são situações em que famílias receberam mais de duas cotas (Valor).
Também estava sendo discutida a ideia de rebatizar a extensão do auxílio emergencial já como Renda Brasil. Isso já acostumaria os beneficiários com o futuro sucessor do Bolsa Família, que terá valor e alcance menores do que os do auxílio atual. Outros ajustes jurídicos estavam sendo preparados. O Ministério da Cidadania participa deste processo e os técnicos da Economia e da Casa Civil estão também envolvidos nessas discussões. Na quarta-feira, o TCU apontou R$ 42 bilhões em pagamentos indevidos no âmbito do auxílio emergencial. O valor do novo benefício, criado como pilar do combate aos efeitos econômicos da pandemia, ainda dependia de decisão do presidente Jair Bolsonaro (Valor).
Integrantes do governo Jair Bolsonaro, fora do Ministério da Economia, já admitem que o valor do Renda Brasil pode ficar abaixo dos R$ 300 almejados pelo presidente para lançar sua marca social de governo. Sem espaço no Orçamento e com restrições colocadas por Bolsonaro para retirar de outros gastos, a avaliação é que o programa social que está sendo elaborado para substituir o Bolsa Família deve alcançar cerca de 17 milhões de famílias, menos que as 21 milhões previstas inicialmente (Estadão – p. B3)
“Queria o auxílio na mão do Tarcísio”, diz o presidente. Jair Bolsonaro voltou a reclamar ontem do custo mensal de R$ 50 bilhões do auxílio emergencial a informais e afirmou que gostaria de destinar o valor para o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, investir em obras públicas. (Estadão – p. B3)
O ímpeto da equipe econômica em retomar a reforma administrativa após a pressão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez servidores públicos federais voltarem imediatamente a articular o lobby contra mudanças nas carreiras. Nas últimas semanas, representantes de sindicatos e associações intensificaram os contatos com deputados e senadores, que têm sido bombardeados com telefonemas e mensagens. O principal argumentos dos servidores é que a reforma da Previdência já reduziu a remuneração líquida de todos os funcionários públicos. (Estadão – p. B4)
O STF prolongou o impasse sobre o índice a ser aplicado para correção de dívidas trabalhistas. Os ministros adiaram o julgamento depois de empate no placar - 4 a 4. A TR, definida pela reforma trabalhista, não tem mais chances. Foi refutada pelos oito ministros que já votaram. A discussão se concentra agora entre a Selic, sem o acréscimo de juros de mora, e o IPCA-E. O ministro Dias Toffoli pediu vista e suspendeu o julgamento alegando que seu voto não faria diferença. São necessários seis votos para declarar a inconstitucionalidade da TR. Quando retornar de licença, o ministro Celso de Mello poderá votar. O ministro Luiz Fux não participa por estar impedido (Valor).
Em aceno ao Congresso e ministros das alas política e militar, o presidente Jair Bolsonaro autorizou uma ampliação de gastos públicos com obras neste ano. O valor definido anteriormente, de R$ 5 bilhões, deve ser ampliado para R$ 6,5 bilhões. A decisão contraria o plano do ministro Paulo Guedes, que defende uma retomada da atividade no pós-pandemia por meio de investimentos privados. De acordo com relato de pessoas que participam das definições, a medida vai reforçar as verbas com as quais parlamentares podem indicar obras em seus estados. Dos R$ 6,5 bilhões, cerca de R$ 3,3 bilhões serão distribuídos entre deputados e senadores, na forma de emendas (Folha).
Os técnicos da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, vinham relatando nos últimos dias que só havia espaço para R$ 5 bilhões. Mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, segundo fontes, insistiu com Bolsonaro para que esse valor fosse elevado. Apesar de ficar maior do que Guedes queria, o ministro conseguiu deixar o valor dentro do teto de gastos. Ao longo deste mês, ministros do governo cogitaram editar uma medida provisória liberando recursos para obras fora do teto de gastos, o que irritou Guedes. Eles ministros argumentam ser necessário aumentar gastos públicos para recuperar a economia, além de pavimentar o caminho para a eleição do presidente Bolsonaro para as eleições de 2022 (O Globo – p.19).
A criação de novo Tribunal Regional Federal, o TRF-6, com sede em Minas, vai gerar um efeito cascata com impacto na criação de cargos e aumento de gastos em outros órgãos públicos. Com a instalação da nova Corte, haverá a necessidade de contratação ou deslocamento de servidores de Ministério Público, Defensoria e Advocacia Geral da União. No Congresso, tramita uma proposta para aumentar o número de procuradores em razão da nova jurisdição, com impacto orçamentário anual previsto em R$ 21 milhões. Esse custo se soma aos R$ 30 milhões de custo financeiro mínimo, anual, da estrutura de pessoal do próprio tribunal (O Globo – p.4).
A proposta de reforma tributária encaminhada pelo governo desperdiça inédita oportunidade política, avalia o economista Bernard Appy. Disse que é a primeira vez, desde a redemocratização, que todos os governadores manifestam apoio a uma reformulação ampla no sistema, que vá além dos impostos federais. Mas a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs uma reforma que avança apenas sobre dois tributos da União. Com três projetos de reforma tramitando simultaneamente no Congresso, a abrangência das mudanças propostas tem motivado debate. A pasta da Economia quer que um novo imposto, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), substitua apenas os federais PIS e Cofins (Valor).
Appy foi um dos formuladores da chamada PEC 45, apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e que propõe unificar cinco tributos: além do PIS e do Cofins, eliminaria o IPI (federal), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). Entraria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Os 27 secretários de Fazenda apoiam uma reforma tributária semelhante à PEC 45, com pequenas mudanças. “Se houver a possibilidade política de aprovar uma reforma ampla, obviamente é muito melhor do que aprovar uma reforma só de PIS/Cofins. O impacto no crescimento é muito maior. O governo está querendo deixar de fora algo que tem uma possibilidade grande de conseguir equacionar”, disse (Valor).
O Conselho Monetário Nacional autorizou a transferência de R$ 325 bilhões do lucro com operações cambiais do Banco Central ao Tesouro. O valor não pode ser usado para despesas primárias, como salários e benefícios, apenas para custeio da dívida pública. Pela nova lei, de maio de 2019, o BC não é mais obrigado a repassar o lucro com operações cambiais ao Tesouro. Para isso, foi criada a reserva de resultados, onde são contabilizadas essas quantias. Quando a autarquia tem prejuízo, o montante é usado para cobrir a diferença (Folha).
A proposta inicial do Tesouro era uma transferência de R$ 445,2 bilhões, mas, segundo o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, o BC mostrou preocupação com a volatilidade dos ativos que compõem o patrimônio da autoridade monetária. "O BC mostrou preocupação com comportamento do balanço, e com a possibilidade de ter prejuízo além do saldo remanescente por conta principalmente da variação cambial", detalhou. Com isso, a decisão do CMN deixou aberta a possibilidade de nova transferência, caso se mantenham as dificuldades de financiamento da dívida (Folha).
Em manifestação ao STF, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, informou que a nova cédula de R$ 200 vai ser lançada no dia 2 de setembro, na próxima quarta-feira. Campos Neto defendeu a legalidade das decisões do BC e do Conselho Monetário disse ser imprescindível a produção e circulação de nova cédula. Na manifestação encaminhada à ministra Cármen Lúcia, relatora do processo questionando o lançamento da cédula, o presidente do BC afirma que eventual suspensão da circulação da nota R$ 200 acarretaria um "sério prejuízo" (Folha).
Depois de disparar em março e abril, no início da pandemia, os adiamentos e cancelamentos de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) atingiram em julho 14 casos, o menor número dos últimos 12 meses, segundo a consultoria Radar PPP. O mês também registrou o segundo maior número (89) de projetos lançados desde o início de 2019, superado apenas por agosto do ano passado, com 109. Os números mostram o forte interesse dos governos em resolver a oferta de serviços públicos, como coleta de lixo, tratamento de esgoto e iluminação pública, por meio da iniciativa privada. Dos 89 novos projetos mapeados em julho a maior parte se refere a resíduos sólidos (47), seguidos por mobilidade urbana (7) e saneamento (5) - Valor.
A saída definitiva da Petrobras do capital da BR poderá render à empresa R$ 9,2 bilhões, com base no atual valor de mercado da distribuidora. Com o atraso no cronograma da venda das refinarias, a oferta dos 37,5% ainda detidos pela estatal na BR desponta como o principal trunfo do programa de desinvestimentos para 2020. Para a distribuidora, segundo analistas, a operação pode significar mais liquidez aos papéis na bolsa. A expectativa é que o capital se mantenha pulverizado. Do ponto de vista operacional, as diretrizes do plano estratégico estão mantidas, bem como os contratos entre Petrobras e BR para fornecimento de combustíveis e licenciamento da marca da rede de postos (Valor).
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