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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que há confiança mútua entre ele e Jair Bolsonaro. Afirmou ter recebido apoio de Bolsonaro nos momentos decisivos. Guedes também confirmou que o governo irá criar as condições para que sejam feitos investimentos públicos sem "furar" a regra do teto de gastos. “Existe muita confiança do presidente em mim, e existe muita confiança minha no presidente. Nós no conhecemos um ano antes da eleição. Eu não tive ainda nenhum ato que me indicasse que eu não devesse confiar no presidente. Da mesma forma, eu não faltei em nenhum momento na confiança que ele depositou em mim”, disse Guedes, em entrevista à depois de se encontrar com o presidente (O Globo – p.15).
Em relação às pressões internas no governo por mais despesas, o ministro disse que qualquer governo quer fazer obra, mas existe a Lei de Responsabilidade Fiscal que tem de ser respeitada. As declarações ocorreram em meio a debates no governo sobre formas de flexibilizar o teto de gastos. Há pressões de ministros por mais gastos neste ano. “Um presidente da República com 60 milhões de votos quer fazer uma ponte no Rio Xingu. Está certo. Tem que caber no orçamento público, ele foi eleito. Ele quer levar água para o Nordeste, está certo. Esses recursos têm que vir de algum lugar. Essa escolha de onde sai o recurso é o contexto da política fazer”, disse (O Globo – p.15).
Sob ‘fogo amigo’ disparado por auxiliares de Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem o seu destino no governo atrelado à resposta que a equipe econômica dará ao Renda Brasil. O programa substituirá o auxílio emergencial de R$ 600 e que tem garantido a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, mesmo com o aumento das mortes no Brasil pelo coronavírus. A percepção de fontes que acompanham as negociações é de que, se for bem e conseguir abrir espaço no teto de gastos para garantir recursos ao programa, Guedes pode ganhar fôlego e ultrapassar esse momento mais difícil para a equipe econômica desde o início do governo – marcado por pressão para furar o teto de gastos (Estadão – p.B3).
Na avaliação de banqueiros, gestores de grandes fundos de investimento e economistas, existe o risco de o presidente Jair Bolsonaro pisar no acelerador dos gastos. Com isso, ele pode seguir os passos de Dilma Rousseff. A ex-presidente foi alvo de impeachment por descumprir regras fiscais e, assim, cometer crime de responsabilidade. Sob a condição de anonimato, a Folha ouviu três banqueiros, dois economistas dos principais bancos de investimento e dirigentes de dois grandes fundos de private equity que atuam no país. O presidente sinaliza mais disposição em eleger prefeitos neste ano. Além disso, ele pode usar o assistencialismo para tentar a reeleição (Folha).
A Câmara pode começar a votar hoje mudanças significativas na Lei de Falências (nº 11.101), aprovada há 15 anos, inspirada na experiência dos Estados Unidos. A norma permitiu uma recuperação de créditos nas massas falidas cem vezes maior que antes. Mesmo assim, o índice de recuperação brasileiro representa menos de um quarto do americano. O projeto de lei nº 6.229/2005, relatado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ) procura fortalecer a negociação extrajudicial como o principal instrumento de solução para empresas em dificuldades (Valor).
O governo Jair Bolsonaro prevê reduzir os recursos do Ministério da Saúde para R$ 127,75 bilhões em 2021 – R$ 7 bilhões menos do que o orçamento inicialmente previsto para este ano, antes da pandemia de covid-19, que ainda afeta duramente o país. Em relação ao limite de gastos estipulado para a pasta, após a abertura de créditos para enfrentamento da crise sanitária, o valor é R$ 47 bilhões inferior. Se o corte for aprovado, a pressão contra o teto de gastos – a regra fiscal que impede o crescimento das despesas acima da inflação – tende a aumentar (Estadão – p.B1).
Há uma “guerra” aberta no governo e no Congresso contra a regra do teto com o objetivo de aumentar os recursos para obras de infraestrutura, tirar do papel o Renda Brasil, o programa social do governo Bolsonaro que substituirá o auxílio emergencial de R$ 600, e reforçar o caixa do Ministério da Defesa. O ministro da Economia, Paulo Guedes, resiste às mudanças. A proposta de Orçamento da União de 2021 deve ser enviada até o fim do mês ao Congresso. Na terça-feira da semana passada, Guedes alertou que Bolsonaro pode parar na “zona sombria” do impeachment se furar o teto (Estadão – p.B1).
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em reunião virtual com ministros do TCU, que a transferência de cerca de R$ 400 bilhões dos lucros cambiais da instituição ao Tesouro não será uma “pedalada fiscal”. Alguns ministros do TCU disseram a Campos Neto que uma Emenda Constitucional, de maio de 2019, e a Proposta de Emenda Constitucional que instituiu o Orçamento de Guerra, neste ano, garantiriam imunidade ao BC nessa operação. Campos Neto pediu a reunião porque está preocupado com o que os ministros da corte de contas possam considerar essa operação como um financiamento do BC ao governo (Folha).
O governo já perdeu quase R$ 100 bilhões de receitas no primeiro semestre, em consequência dos efeitos da pandemia, calcula a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. Em relatório divulgado ontem, a IFI aponta que essa perda de receita líquida correspondeu a 2,5 pontos porcentuais do PIB, o equivalente a R$ 97,5 bilhões. No mesmo período, as despesas cresceram 40,2%, com a aprovação de R$ 511,3 bilhões em créditos extraordinários para o enfrentamento da covid19. Isso provocou um aumento da dívida pública de 9,7 pontos porcentuais do PIB entre dezembro de 2019 e junho de 2020. A dívida atingiu 85,5% do PIB em junho (Estadão – p.B3)
Ainda sem acordo sobre o veto à prorrogação da desoneração da folha, interlocutores do governo admitem que, por causa do risco de derrota, devem tentar adiar a votação, que está marcada para hoje. Em junho, o Congresso aprovou uma proposta para que essa medida, que reduz o custo da contratação de mão de obra para 17 setores da economia, seja estendida até dezembro de 2021. Atualmente, a lei prevê a desoneração da folha de pagamentos dessas empresas até o fim de 2020. Há reunião está marcada para hoje, quando o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), pretende fazer mais uma tentativa de articulação com partidos pela manutenção do veto na votação desta semana (Folha).
O presidente do MDB, Baleia Rossi, disse ontem, em Live do Valor, que seu partido está disposto a derrubar o veto do presidente Bolsonaro à desoneração da folha de pagamentos, que vale para 17 setores da economia até 2021. A decisão de Bolsonaro causou forte reação no Legislativo, mas desde o mês passado o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM), posterga a apreciação do veto. Segundo o deputado, os números mostram que o país pode chegar ao fim da pandemia com 18 milhões de desempregados. A desoneração, observa, gera empregos. Para José Pastore, da USP, “‘não há lógica” em vetar a prorrogação de um incentivo que está funcionando bem.
Em debate online realizado ontem agentes do setor de gás natural foram unânimes em classificar o Projeto de Lei 6.407, a chamada Lei do Gás, como “tímido”, avaliando que não resolve todas as questões do setor. Na visão dos debatedores, para garantir o aproveitamento do abundante gás que será produzido no pré-sal é necessário criar um incentivo à demanda, como as termoelétricas a gás. Previsto para ir à votação nos próximos dias, após ganhar urgência no fim de julho na Câmara, o projeto visa a destravar o mercado de gás natural no Brasil e, com isso, aumentar a concorrência e reduzir o preço do insumo (Estadão – p.B5).
O plano do governo americano batizado de Clean Network (redes limpas), que deixa a chinesa Huawei fora da estrutura de redes de tecnologia 5G “não estará completo sem o Brasil”. A afirmação é do subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado americano, Keith Krach, em entrevista ao Estadão p.B5. Com o leilão de frequências 5G previsto para o ano que vem, o Brasil virou uma peça central na guerra tecnológica entre os dois países. Segundo Krach, os EUA estão “prontos para garantir de qualquer forma uma tecnologia 5G aberta, inovadora e confiável" no Brasil”. “Temos tido conversas com o governo brasileiro e acho que estão indo muito bem”, disse.
Em meio a turbulências envolvendo Brasil e China, o embaixador chinês Yang Wanming deu sinais de querer fortalecer as relações entre os países. Ele disse que a “confiança política mútua” ao longo do tempo rendeu frutos e intercâmbios cada vez mais prósperos. Alvo de críticas de integrantes do governo brasileiro, Yang ressaltou parcerias entre os países para enfrentar a pandemia. “Tanto a China como o Brasil lidam com os mesmo desafios de enfrentar a situação epidêmica, estabilizar economia e garantir o padrão de vida da população. O povo brasileiro pode contar com nosso firme apoio”, afirmou em evento on-line com governadores do Nordeste (Valor).
Na primeira metade do ano, o déficit da balança comercial da indústria de transformação avançou 66% em relação ao mesmo período de 2019, atingindo US$ 19,1 bilhões. A deterioração foi em parte resultado de perda de participação dos bens industriais nas exportações. A fatia da indústria de transformação nos embarques caiu de 58,6% para 53,5% do primeiro semestre de 2019 para iguais meses deste ano. Os dados são do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Houve redução de 15,6% nas vendas, que somaram US$ 54 bilhões no acumulado até junho, o menor valor exportado desde o primeiro semestre de 2009. As importações caíram 3,2% na mesma comparação, ficando em US$ 73,1 bilhões (Valor).
Diante da escalada do desmatamento na Amazônia e das cobranças cada vez mais fortes de investidores estrangeiros, o governo brasileiro acendeu a luz amarela sobre o futuro do acordo de livre-comércio União Europeia-Mercosul. O presidente Jair Bolsonaro está sendo aconselhado por ministros e auxiliares próximos a acionar diretamente a chanceler alemã, Angela Merkel, na tentativa de acelerar sua implementação. A Alemanha assumiu a presidência do Conselho Europeu no início de julho e, passados mais de 45 dias, não houve avanços concretos no processo de ratificação. O acordo foi fechado no ano passado, após duas décadas de negociações, mas restam ajustes considerados mínimos na redação do texto (Valor).
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